São Paulo, quinta-feira, 08 de dezembro de 2005

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Kurzweil tem elo com donos de bingo

DA FOLHA RIBEIRÃO

O empresário Roberto Carlos Kurzweil, apontado com elo entre o ministro Antonio Palocci (Fazenda) e donos de casas de bingo de São Paulo, foi sócio dos empresários apontados como angolanos ou portugueses acusados de doar irregularmente R$ 1 milhão para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.
As ligações estão registradas na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) e enfraquecem a tese de Kurzweil, que negou à Folha no mês passado conhecer qualquer pessoa ligada às casas de bingo: "Nunca coloquei os pés num bingo. Nem sei como joga. Acho muito estranha essa história. Só se estiverem me confundido com alguém".
Pelos dados oficiais, o empresário foi sócio de Artur José Valente de Oliveira Caio e José Paulo Teixeira (portugueses), conhecido como "Vadinho", na OGA Companhia de Máquinas e Sistemas e na Cincotelecon Telecomunicações e Serviços.
As duas empresas foram dissolvidas em março deste ano. No registro da empresa Cincotelecon na Jucesp, o trio de empresários aparece como sendo angolano.

Depoimento
Em depoimento à CPI dos Bingos, o advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto, disse que Kurzweil foi o responsável por eventual encontro entre Palocci e os dois empresários, onde teria sido tratado o repasse da verba e um acordo para a regularização dos jogos no país. Palocci nega ter havido encontro e acordo.
Kurzweil foi sócio de uma empresa de limpeza pública, a REK, que atuou na primeira administração de Palocci na Prefeitura de Ribeirão Preto (1993-1996). Na época, essa empresa liderou consórcio que venceu licitação de cerca de R$ 400 milhões (por 15 anos) para o tratamento de esgoto em Ribeirão Preto.
O empresário também é sócio da Recc, ou Locablin, empresa que alugou os Omegas utilizados pelo ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (quando prestou depoimento à Polícia Federal) e pelo ex-secretário do ministro Antonio Palocci Ralf Barquete Santos, morto em 2004, para o suposto transporte de dólares vindos de Cuba -em 2002.


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