São Paulo, quinta-feira, 08 de dezembro de 2005

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O PUBLICITÁRIO

Para relator, empresário adultera provas

CPI recomenda prisão de Valério à PF; procurador-geral descarta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Correios pediu ontem à Polícia Federal, pela segunda vez, a prisão preventiva do publicitário Marcos Valério de Souza por suposta obstrução das investigações. Ele estaria modificando a contabilidade de suas empresas, alterando documentos e destruindo provas. Também pela segunda vez, o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, descartou a medida no momento. Ele é o responsável por pedir a prisão ao STF (Supremo Tribunal Federal).
O procurador criticou os pedidos de prisão preventiva, demonstrando que, por ora, os considera inoportunos. "Essa questão de "tem de prender, tem de prender" cria um clima ruim para o andamento do processo." Após um jornalista sugerir que o objetivo da CPI é apenas criar fatos jornalísticos, disse que "isso [pedido de pisão] dá notícia de jornal".
O pedido foi feito pelo relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), e pelo relator-adjunto, deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), ao delegado da PF Luiz Flávio Zampronha. "A sugestão da CPI não importa, é irrelevante", afirmou o procurador-geral. Ele disse que não tem elementos suficientes no inquérito para pedir a prisão.
Em julho, a CPI pediu a prisão do publicitário, motivada por operação da Polícia Civil de Minas Gerais, que apreendeu mais de 2.000 notas fiscais da agência DNA, que estavam sendo queimadas na casa do irmão de Marco Prata, contador do publicitário.
Na ocasião, o presidente do STF, Nelson Jobim, negou pedido apresentado pela PF sob justificativa de que ele deveria ter sido feito pela Procuradoria Geral da República -esta, por sua vez, disse que precisava de mais provas.


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