São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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GOVERNO LULA

Graziano afirma que, ainda no primeiro semestre, programa deverá estar implementado em 959 cidades

Fome Zero terá prestação de contas mensal

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dinheiro distribuído por meio do cartão alimentação do programa Fome Zero só poderá ser gasto em gêneros alimentícios, mediante prestação mensal de contas a um comitê gestor, que terá autonomia para aceitar qualquer tipo de comprovante de despesas.
Esse é o ponto mais polêmico do principal programa do novo governo. Ontem, em entrevista coletiva, o ministro José Graziano (Combate à Fome e Segurança Alimentar) deu mais detalhes de como o Fome Zero funcionará.
Segundo ele, até o primeiro semestre, o programa deverá estar implementado em 959 cidades consideradas em estado de calamidade devido à seca. Cerca de 2,2 milhões de família serão beneficiadas. Terão prioridade as famílias ainda não atendidas por outros programas federais.
Ainda não há definição sobre o volume total de recursos necessários para a implantação do Fome Zero. No Orçamento há uma reserva de R$ 1,8 bilhão.
Guaribas (PI) servirá de piloto do programa. A data prevista para lançamento é 3 de fevereiro, com a presença dos ministros José Graziano, Olívio Dutra (Cidades), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Roberto Rodrigues (Agricultura). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estará presente.

R$ 50 a R$ 150
As 500 famílias cadastradas para o Fome Zero em Guaribas receberão R$ 50 mensais. Mas o valor ainda não está fechado como padrão para todo o país. Graziano diz que trabalha com uma margem de R$ 50 a R$ 150 por mês.
Inicialmente, a idéia era lançar o Fome Zero na visita da comitiva ministerial ao Piauí, amanhã. Mas, na elaboração do roteiro, Guaribas foi substituída por Teresina por problemas logísticos, segundo o governo.
Contrariado com as cobranças pelo formato final e lançamento do Fome Zero, Graziano, na entrevista coletiva, enfatizou que o programa contempla 41 ações, um conjunto de ministérios e, para ser implantado, ainda tem de contornar uma série de restrições, devido a recomendações do novo governo para "evitar gastos e julgamento apressado de ações do governo anterior".
"Não é apenas uma ação assistencial. É uma ação que busca deixar elementos de transformações estruturais, apoios a políticas de produção, de geração de emprego e renda, que é o que vai resolver o problema [da pobreza]."
Ontem ele se reuniu com presidentes de entidades que representam agências de publicidade e meios de comunicação. Os veículos abrirão espaço, nos primeiros três meses do ano, para explicar à população o que é o programa e como participar de suas ações.
"Essa é uma campanha doativa e donativa. Estamos aqui hoje fazendo a nossa parte", disse Sérgio Amado, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), que convidará o publicitário Duda Mendonça para coordenar o grupo de agências que deve ingressar na campanha.


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