|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOVERNO LULA
Graziano afirma que, ainda no primeiro semestre, programa deverá estar implementado em 959 cidades
Fome Zero terá prestação de contas mensal
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O dinheiro distribuído por meio
do cartão alimentação do programa Fome Zero só poderá ser gasto
em gêneros alimentícios, mediante prestação mensal de contas a
um comitê gestor, que terá autonomia para aceitar qualquer tipo
de comprovante de despesas.
Esse é o ponto mais polêmico
do principal programa do novo
governo. Ontem, em entrevista
coletiva, o ministro José Graziano
(Combate à Fome e Segurança
Alimentar) deu mais detalhes de
como o Fome Zero funcionará.
Segundo ele, até o primeiro semestre, o programa deverá estar
implementado em 959 cidades
consideradas em estado de calamidade devido à seca. Cerca de
2,2 milhões de família serão beneficiadas. Terão prioridade as famílias ainda não atendidas por
outros programas federais.
Ainda não há definição sobre o
volume total de recursos necessários para a implantação do Fome
Zero. No Orçamento há uma reserva de R$ 1,8 bilhão.
Guaribas (PI) servirá de piloto
do programa. A data prevista para
lançamento é 3 de fevereiro, com
a presença dos ministros José
Graziano, Olívio Dutra (Cidades),
Ciro Gomes (Integração Nacional) e Roberto Rodrigues (Agricultura). O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva não estará presente.
R$ 50 a R$ 150
As 500 famílias cadastradas para
o Fome Zero em Guaribas receberão R$ 50 mensais. Mas o valor
ainda não está fechado como padrão para todo o país. Graziano
diz que trabalha com uma margem de R$ 50 a R$ 150 por mês.
Inicialmente, a idéia era lançar o
Fome Zero na visita da comitiva
ministerial ao Piauí, amanhã.
Mas, na elaboração do roteiro,
Guaribas foi substituída por Teresina por problemas logísticos, segundo o governo.
Contrariado com as cobranças
pelo formato final e lançamento
do Fome Zero, Graziano, na entrevista coletiva, enfatizou que o
programa contempla 41 ações,
um conjunto de ministérios e, para ser implantado, ainda tem de
contornar uma série de restrições,
devido a recomendações do novo
governo para "evitar gastos e julgamento apressado de ações do
governo anterior".
"Não é apenas uma ação assistencial. É uma ação que busca deixar elementos de transformações
estruturais, apoios a políticas de
produção, de geração de emprego
e renda, que é o que vai resolver o
problema [da pobreza]."
Ontem ele se reuniu com presidentes de entidades que representam agências de publicidade e
meios de comunicação. Os veículos abrirão espaço, nos primeiros
três meses do ano, para explicar à
população o que é o programa e
como participar de suas ações.
"Essa é uma campanha doativa
e donativa. Estamos aqui hoje fazendo a nossa parte", disse Sérgio
Amado, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências
de Publicidade), que convidará o
publicitário Duda Mendonça para coordenar o grupo de agências
que deve ingressar na campanha.
Texto Anterior: Lula quebra protocolo, e segurança é reforçada Próximo Texto: Saiba mais: Projeto segue sem orçamento definido e sem consenso Índice
|