São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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PT do Rio quer mais espaço no governo

DA SUCURSAL DO RIO

O PT do Rio quer aproveitar a briga entre a governadora Rosinha Matheus (PSB) e o governo federal para emplacar o maior número possível de indicações para cargos federais no Estado.
A intenção é fortalecer o partido no Rio para a eleição municipal de 2004 e evitar que o grupo do ex-governador Anthony Garotinho conquiste mais espaço na administração federal.
Ontem, o presidente do PT-RJ, Gilberto Palmares, viajou a Brasília para entregar aos secretários de Finanças, Delúbio Soares, e de Organização, Sílvio Pereira, uma nova lista de indicações para órgãos da União no Estado.
A lista, com cem nomes, substitui a anterior, que tinha 304 indicações, entregue à direção nacional do partido em dezembro. Foi reduzida a pedido do presidente nacional do PT, José Genoino.
Os petistas fluminenses não abrem mão de cargos na Delegacia Regional do Trabalho e nas representações dos ministérios da Educação e Saúde. Os cargos, avaliam, são estratégicos para o projeto eleitoral de 2004.
"A questão é simples: se [a direção nacional] não tiver a preocupação de fortalecer o PT do Rio, todo o nosso projeto para 2004, que é a disputa pelas prefeituras do Estado, e depois para 2006, na campanha de governo, irá por água abaixo", disse Orlando Guilhon, coordenador no Rio da tendência moderada Articulação.
Segundo ele, Garotinho é o adversário número um do PT no Estado e a direção nacional não pode menosprezar essa realidade.
"O apoio do PSB é um apoio institucional importantíssimo para todos nós do PT, mas a relação com Garotinho é uma outra história. O próprio Garotinho e a Rosinha se encarregaram de falar, nos primeiros sete dias de governo, duas ou três coisas agressivas contra o Lula", disse Guilhon, que reclamou da predominância de paulistas e gaúchos no ministério. Segundo ele, o PT fluminense é o "primo pobre" do partido.
"Nós só emplacamos um ministro [Benedita da Silva na Assistência Promoção Social] e o secretário nacional de Segurança [Luiz Eduardo Soares], indicados mais por suas histórias individuais."
Delúbio Soares contestou as críticas: "O PT do Rio está muito bem representado no governo". Disse que a lista será avaliada pela direção petista, mas deixou claro que a estratégia de isolar Garotinho não será adotada. "Garotinho é adversário do PT no Rio, mas é nosso aliado nacionalmente e será tratado como tal." Assim, afirmou, as indicações dele para cargos no Rio serão consideradas. (MURILO FIUZA DE MELO)


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