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PT do Rio quer mais espaço no governo
DA SUCURSAL DO RIO
O PT do Rio quer aproveitar a
briga entre a governadora Rosinha Matheus (PSB) e o governo
federal para emplacar o maior número possível de indicações para
cargos federais no Estado.
A intenção é fortalecer o partido
no Rio para a eleição municipal de
2004 e evitar que o grupo do ex-governador Anthony Garotinho
conquiste mais espaço na administração federal.
Ontem, o presidente do PT-RJ,
Gilberto Palmares, viajou a Brasília para entregar aos secretários
de Finanças, Delúbio Soares, e de
Organização, Sílvio Pereira, uma
nova lista de indicações para órgãos da União no Estado.
A lista, com cem nomes, substitui a anterior, que tinha 304 indicações, entregue à direção nacional do partido em dezembro. Foi
reduzida a pedido do presidente
nacional do PT, José Genoino.
Os petistas fluminenses não
abrem mão de cargos na Delegacia Regional do Trabalho e nas representações dos ministérios da
Educação e Saúde. Os cargos, avaliam, são estratégicos para o projeto eleitoral de 2004.
"A questão é simples: se [a direção nacional] não tiver a preocupação de fortalecer o PT do Rio,
todo o nosso projeto para 2004,
que é a disputa pelas prefeituras
do Estado, e depois para 2006, na
campanha de governo, irá por
água abaixo", disse Orlando Guilhon, coordenador no Rio da tendência moderada Articulação.
Segundo ele, Garotinho é o adversário número um do PT no Estado e a direção nacional não pode menosprezar essa realidade.
"O apoio do PSB é um apoio
institucional importantíssimo para todos nós do PT, mas a relação
com Garotinho é uma outra história. O próprio Garotinho e a Rosinha se encarregaram de falar,
nos primeiros sete dias de governo, duas ou três coisas agressivas
contra o Lula", disse Guilhon, que
reclamou da predominância de
paulistas e gaúchos no ministério.
Segundo ele, o PT fluminense é o
"primo pobre" do partido.
"Nós só emplacamos um ministro [Benedita da Silva na Assistência Promoção Social] e o secretário nacional de Segurança [Luiz
Eduardo Soares], indicados mais
por suas histórias individuais."
Delúbio Soares contestou as críticas: "O PT do Rio está muito
bem representado no governo".
Disse que a lista será avaliada pela
direção petista, mas deixou claro
que a estratégia de isolar Garotinho não será adotada. "Garotinho
é adversário do PT no Rio, mas é
nosso aliado nacionalmente e será
tratado como tal." Assim, afirmou, as indicações dele para cargos no Rio serão consideradas.
(MURILO FIUZA DE MELO)
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