São Paulo, terça-feira, 09 de janeiro de 2007

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Em nota, PT critica Gil por demissões de auxiliares na pasta

Partido questiona maneira como presidente da Funarte e secretário de Articulação Institucional foram demitidos

Ministério afirma que já se explicou sobre demissão de Grassi em nota na qual fala de "alterações pontuais" por início de "um novo ciclo"

FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PT divulgou nota ontem criticando as demissões do presidente da Funarte, Antônio Grassi, e do secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Márcio Meira.
Publicada no site do partido, a nota foi elaborada pela Secretaria Nacional de Cultura do PT, que diz discordar "no mérito e na forma" das demissões.
Ambos souberam do afastamento, no final de 2006, por intermédio do chefe de gabinete do ministro Gilberto Gil, Adolpho Netto, e pelo secretário de Políticas Culturais, Alfredo Manevy. Esse é um dos motivos de crítica petista. "Demitir alguém pela imprensa, e ainda mais por intermediários, não honra o Ministério da Cultura", afirma a nota.
Quanto ao mérito das demissões, a nota diz que se trata "do afastamento de dois servidores competentes, comprometidos com o programa apresentado pelo presidente Lula ao Brasil e que ao longo dos quatro anos de governo sempre foram leais ao presidente e ao ministro da Cultura". Segundo a nota, a decisão do Ministério da Cultura de demiti-los contradiz a avaliação interna e externa "altamente positiva" do desempenho dos dois.
"A atuação de Antônio Grassi e sua equipe à frente da Funarte [Fundação Nacional de Arte] reergueu a instituição depois de um longo período de abandono." Já a "condução de Márcio Meira e sua equipe às atividades da Secretaria de Articulação Institucional resultou na assinatura do protocolo que abre caminho para a constituição pactuada do Sistema Nacional de Cultura, política estruturante indispensável para a consolidação do Minc como mecanismo republicano de formulação de políticas públicas de cultura", diz a nota.

Outro lado
Gilberto Gil preferiu, ontem, não se manifestar a respeito da nota. Sua assessoria de imprensa informou que a demissão de Grassi já foi explicada na última sexta-feira por meio de um comunicado. A nota diz que "o Minc realiza algumas alterações pontuais entre seus quadros dirigentes" em meio a um "novo ciclo de trabalho, marcado pelo aprofundamento e pela ampliação das políticas".
Gil se reunirá hoje com Grassi no Rio de Janeiro, para informá-lo pessoalmente sobre a demissão. Ainda não há previsão de Gil se encontrar com Meira.
Um dos nomes cotados para suceder Grassi é o do também ator e petista Celso Frateschi. Ele foi secretário de Cultura das prefeituras de São Paulo e Santo André nos governos Marta Suplicy e Celso Daniel. O compositor José Miguel Wisnik foi sondado para o posto, mas recusou a oferta.


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