São Paulo, quinta-feira, 09 de março de 2006

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Mulheres camponesas dizem ser "parceiras" do MST

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O plano do MMC (Movimento das Mulheres Camponesas) era tomar o horto florestal da Aracruz em Barra do Ribeiro (RS) de surpresa. Os manifestantes alugaram 37 ônibus e seguiram por uma estrada de chão batido, despistando a Polícia Rodoviária Federal e a Brigada Militar, que culparam uma à outra pelo fato de não terem detectado o comboio se dirigindo à Aracruz.
O grupo saiu do município de Tapes (103 km de Porto Alegre), às 2h, e chegou ao horto florestal às 5h30. O ato durou meia hora. Às 6h se dirigiram a Porto Alegre, onde, às 10h, já engrossavam marcha realizada por outras entidades -como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)- em direção à PUC-RS, onde se realiza a Conferência Internacional sobre Reforma Agrária.
Quando chegaram à propriedade da Aracruz, os manifestantes renderam dois vigias e os encapuzaram.
A Folha fez contato com uma das líderes do movimento, Adriana Maria, que disse ter a orientação de não se manifestar sobre detalhes da operação. Não quis nem mesmo dizer se ela própria esteve na invasão -o que outro militante confirmou.
""Não posso falar muito porque, se falar das nossas estratégias, não poderemos empregá-las mais", disse ela.
Criado em 2004, durante um congresso envolvendo 1.400 pessoas em Brasília, o MMC integra a Via Campesina, assim como o MST. ""Somos parceiras, mas não temos vínculo orgânico com o MST", disse Adriana.
A entidade, diz ela, está organizada em todo o Brasil e congrega mais de 50 mil mulheres.
A Via Campesina é um movimento internacional que coordena organizações de trabalhadores rurais, pequenos produtores, mulheres, comunidades indígenas e sem-terra. (LG)


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