São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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TV Al Jazira é expulsa do Viaduto do Chá

Equipe de emissora árabe foi obrigada pela prefeitura a retirar instalações do local, onde montaram tenda

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma equipe da TV árabe Al Jazira, que acompanha a visita do presidente George W. Bush, foi impedida ontem de trabalhar no centro de São Paulo por funcionários da prefeitura.
Os jornalistas estavam desde anteontem em frente à prefeitura, com um caminhão link e, em parte da calçada do Viaduto do Chá, com uma tenda.
De lá, o âncora David Marash, um dos mais importantes da emissora, transmitia ao vivo informações a Washington.
Entre as reportagens, havia algumas sobre álcool e entrevistas. A tenda, segundo os jornalistas, era usada para evitar explosão de luz nas imagens. A equipe em São Paulo foi retirada do local por volta das 16h, e a ordem foi repassada por uma assessora de imprensa do município. A alegação foi não haver autorização para a tenda, que atrapalharia os pedestres.
Segundo a produção da Al Jazira em São Paulo, todos os detalhes dos trabalhos na cidade foram aprovados numa reunião na Subprefeitura da Sé.
"Nós não sabemos por que fomos expulsos, uma vez que toda nossa documentação para três dias de filmagem foi aprovada e estava em ordem", disse Marash, em e-mail repassado pela TV nos EUA. Segundo a equipe, a assessora disse que a ordem tinha vindo "de cima".
A atitude da prefeitura causou estranheza na TV árabe porque, em novembro de 2006, ela realizou transmissões exatamente no mesmo local.
Todos os equipamentos foram levados para a sede da Rede Bandeirantes, no Morumbi, onde seriam instalados próximos ao heliponto da emissora. A Prefeitura de São Paulo negou ter recebido pedido do governo Bush para retirar a equipe da TV do Viaduto do Chá.
Segundo o município, a expulsão ocorreu porque a equipe "exorbitou" o pedido feito e implantou um "estúdio" no viaduto. Ainda, a autorização era para a colocação de uma câmera. Esse tipo de interferência não precisa, porém, de autorização.
A prefeitura disse ainda que a retirada da equipe foi feita por uma assessora de imprensa, e não por um fiscal, por se tratar de uma equipe jornalística e para garantir um tratamento cordial. A ordem, porém, teria partido da Secretaria de Governo.


Colaborou CONSTANÇA TATSCH, da Reportagem Local

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