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TV Al Jazira é expulsa do Viaduto do Chá
Equipe de emissora árabe foi obrigada pela prefeitura a retirar instalações do local, onde montaram tenda
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma equipe da TV árabe Al
Jazira, que acompanha a visita
do presidente George W. Bush,
foi impedida ontem de trabalhar no centro de São Paulo por
funcionários da prefeitura.
Os jornalistas estavam desde
anteontem em frente à prefeitura, com um caminhão link e,
em parte da calçada do Viaduto
do Chá, com uma tenda.
De lá, o âncora David Marash, um dos mais importantes
da emissora, transmitia ao vivo
informações a Washington.
Entre as reportagens, havia algumas sobre álcool e entrevistas. A tenda, segundo os jornalistas, era usada para evitar explosão de luz nas imagens.
A equipe em São Paulo foi retirada do local por volta das
16h, e a ordem foi repassada por
uma assessora de imprensa do
município. A alegação foi não
haver autorização para a tenda,
que atrapalharia os pedestres.
Segundo a produção da Al Jazira em São Paulo, todos os detalhes dos trabalhos na cidade
foram aprovados numa reunião
na Subprefeitura da Sé.
"Nós não sabemos por que
fomos expulsos, uma vez que
toda nossa documentação para
três dias de filmagem foi aprovada e estava em ordem", disse
Marash, em e-mail repassado
pela TV nos EUA. Segundo a
equipe, a assessora disse que a
ordem tinha vindo "de cima".
A atitude da prefeitura causou estranheza na TV árabe
porque, em novembro de 2006,
ela realizou transmissões exatamente no mesmo local.
Todos os equipamentos foram levados para a sede da Rede Bandeirantes, no Morumbi,
onde seriam instalados próximos ao heliponto da emissora.
A Prefeitura de São Paulo negou ter recebido pedido do governo Bush para retirar a equipe da TV do Viaduto do Chá.
Segundo o município, a expulsão ocorreu porque a equipe
"exorbitou" o pedido feito e implantou um "estúdio" no viaduto. Ainda, a autorização era para a colocação de uma câmera.
Esse tipo de interferência não
precisa, porém, de autorização.
A prefeitura disse ainda que a
retirada da equipe foi feita por
uma assessora de imprensa, e
não por um fiscal, por se tratar
de uma equipe jornalística e para garantir um tratamento cordial. A ordem, porém, teria partido da Secretaria de Governo.
Colaborou CONSTANÇA TATSCH, da Reportagem Local
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