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Polícia apura suposto desvio de R$ 1 mi em governo do PMDB
do enviado especial a Goiânia
A Delegacia de Crimes contra a
Fazenda Pública de Goiânia investiga um suposto desvio de dinheiro
no governo de Maguito Vilela
(GO), hoje senador pelo PMDB, no
valor de cerca de R$ 1 milhão. Para
a polícia, o principal suspeito é o
ex-secretário de Comunicação Social Gean de Carvalho, cunhado e
assessor de Maguito no Senado.
O suposto desvio teria ocorrido
na Secom (Secretaria de Comunicação). De acordo com a delegacia,
cerca de 50 pagamentos, com valores entre R$ 11 mil e R$ 35 mil, foram feitos de forma irregular.
Em alguns casos teriam sido feitos pagamentos duplos com a utilização de uma mesma nota fiscal.
No segundo pagamento, não teria
sido feito o depósito em conta corrente. Era feito um cheque administrativo em nome de uma empresa de comunicação. Funcionários da Secom, afirma a polícia, falsificavam a assinatura e descontavam o cheque administrativo.
Em outros casos, cheques administrativos teriam sido assinados
(por meio de falsificação) e trocados em uma empresa de revenda
de carros, a Tropical. Os proprietários da empresa ficariam com os
cheques administrativos, entregando a importância em dinheiro
vivo à Secom.
Foram funcionários da Secom
que confirmaram à polícia a emissão de cheques administrativos de
forma irregular e os pagamentos
em duplicidade. Os proprietários
da Tropical confirmaram as trocas
dos cheques por dinheiro vivo.
Desvio claro
Maguito disse ontem à Folha que
"está claro que houve um desvio.
Um dos funcionários falsificou um
ou dois pagamentos feitos em duplicidade. Mas não é o valor que estão falando e também não têm a
assinatura do Gean. A suspeita é de
caráter político".
Maguito disse que pediu o apoio
do Tribunal de Contas do Estado e
do Ministério Público para fiscalizar o seu governo. "Aparelhei o
Ministério Público porque confio
na instituição. Não vão encontrar
um ato meu acobertando nada."
A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Crimes contra a Fazenda Pública. As primeiras informações foram obtidas pela Comissão Revisora de Contratos
do atual governo.
Outro lado
Gean de Carvalho é o principal
suspeito porque era o ordenador
de despesas da Secretaria. Ele disse
à Folha que teria havido apenas
um pagamento em duplicidade na
Secom, no valor de R$ 32 mil. "Mas
eu não assinei, até porque eu estava licenciado naquele período."
Para o ex-secretário, "se existe alguma irregularidade, que seja apurada. Eu condeno apenas a forma
como a polícia está fazendo a investigação. Eu até agora não fui
ouvido. Até hoje não me foi dado o
direito de defesa. O meu advogado
não teve acesso ao inquérito".
Segundo a Delegacia de Crimes
contra a Fazenda, o advogado de
Carvalho teve acesso ao inquérito.
(LUCIO VAZ)
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