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Postos não terão segurança
da Reportagem Local
A Secretaria da Saúde decidiu
fazer cortes nos contratos de
serviços de segurança como
primeira medida para se adequar ao ajuste fiscal do governo
paulista. A economia será de
cerca de R$ 14 milhões no ano.
A decisão deixará sem esquema de segurança os 200 postos
de saúde mantidos pela secretaria na capital paulista. No interior, as unidades são de responsabilidade dos municípios.
A secretaria não vai interromper, porém, a segurança
nos hospitais. A saúde teve cortes de 10% nas despesas de custeio e congelamento de 100%
nos investimentos.
Com isso, o orçamento total
caiu de R$ 1,889 bilhão para R$
1,524 bilhão, uma redução de
R$ 365 milhões. No custeio, a
verba era de R$ 442,6 milhões e
passou para R$ 398,4 milhões.
Segundo a secretaria, não há
condições de fazer o corte de
10% no custeio -R$ 44,2 milhões- de forma linear.
Os técnicos estão ainda estudando uma forma de realizar o
ajuste sem que isso signifique
prejuízo no atendimento à população, com cortes de pessoal,
medicamentos e insumos.
Com os investimentos congelados, gastos com aquisição de
equipamentos e com obras, por
exemplo, só poderão ser feitos
com autorização de Covas.
A secretaria garante que terá
dinheiro para colocar em pleno
funcionamento os seis novos
hospitais da rede pública. Mas
o ritmo das obras dos outros
cinco (três já construídos, mas
não equipados, e dois ainda em
construção) deve ser alterado.
Não há previsão para inauguração dessas unidades.
Na opinião da oposição, o
corte na área da saúde veio
agravar uma situação histórica
de falta de investimentos no setor. Segundo estudo realizado
pela assessoria do PT na Assembléia Legislativa, os recursos para a saúde vêm caindo
desde 1990.
De acordo com o médico sanitarista João Palma, em 1990
os gastos com saúde eram de
10,99% do total do Orçamento
do Estado. Em 99, esse valor ficou em torno de 6,3%, sem
contar os novos cortes.
"Vai haver queda na qualidade dos serviços porque a secretaria já está trabalhando no osso. De onde vai tirar, por exemplo, o dinheiro para manter os
novos hospitais?", questiona.
Na área da assistência social,
a economia para 1999 será de
R$ 22 milhões, o que significa
10% do orçamento do setor. A
secretária da Assistência e Desenvolvimento Social, Marta
Godinho, diz que cortará em
25% os contratos de transportes, limpeza e vigilância.
Além disso, a secretaria vai
deixar de atender diretamente
algumas creches e abrigos para
idosos. Segundo Marta, atender as unidades por meio de
convênio com entidades sociais é mais econômico.
De acordo com números da
secretaria, o gasto por criança/
mês é de R$ 280 se custeado diretamente pelo Estado. Com o
convênio, a despesa é de R$
170. A secretária afirma que os
cortes não vão afetar os serviços para a população carente.
Mas reconhece que a pasta pode enfrentar dificuldades porque o orçamento para a área já
era menor do que o de 1998.
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