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PARANÁ
Justiça solta último preso do caso Copel
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O empresário Rogério Figueiredo Vieira foi libertado ontem da
prisão no Paraná, por ordem da
Justiça Estadual. Vieira era o único ainda detido entre os oito que
foram presos preventivamente na
terça-feira por suspeita de desvio
de dinheiro da Copel (companhia
de energia do Paraná).
Seus advogados conseguiram
que o desembargador do Tribunal de Justiça Ruy Fernando Mendonça estendesse ao empresário o
habeas corpus que tinha concedido aos demais.
O Ministério Público do Paraná
acusa Vieira de ter "emprestado"
ao doleiro Alberto Youssef contas
de cinco empresas e de 36 "laranjas" para movimentar R$ 15,7 milhões, de um total de R$ 16,8 milhões que teriam sido desviados
da Copel em setembro de 2002.
O empresário atua no Rio de Janeiro, onde foi preso na terça-feira e posteriormente transferido
para Curitiba. Vieira já foi investigado quando era funcionário do
Tribunal Regional do Trabalho
do Rio e trabalhou no gabinete do
deputado federal Carlos Rodrigues (PL-RJ), que antes era conhecido como Bispo Rodrigues.
Segundo o Ministério Público
Estadual, Vieira era a ponte com o
doleiro carioca Paulo Malta.
Dois ex-secretários do governo
de Jaime Lerner (ex-PFL, hoje
PSB), Ingo Hübert (Fazenda e
presidência da Copel) e José Cid
Campêlo Filho (Governo) são
suspeitos de planejar a fraude.
Eles, dois ex-funcionários da Copel e três empresários foram libertados na terça e na quarta.
Foragidos
A inspetora do Tribunal de
Contas do Paraná Desirée do Rocio Vidal e o dono da Embracon
(Empresa Brasileira de Consultoria), Maurício Roberto Silva, continuam foragidos. Ela teve a prisão decretada por assinar o parecer que respaldou o pagamento
de uma consultoria à Adifea (Associação dos Diplomados da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP).
Segundo os promotores do caso, o dinheiro foi direto para a
Embracon e dali às contas dos "laranjas", por intermédio do doleiro Youssef. O doleiro responde a
dezenas de processos na Justiça
Federal sob a suspeita de lavagem
de dinheiro e evasão de divisas
por intermédio de contas CC5 (de
não-residentes no país) do Banestado (Bando do Estado do Paraná, privatizado em 2000).
Em depoimento dado a um juiz
federal e a procuradores da República e do Estado, ele disse que o
valor desviado da Copel foi trocado por dólares, como em uma
operação de câmbio convencional, e devolvido ao dono da Embracon. Silva, por sua vez, de
acordo com Youssef, entregou as
notas a integrantes do governo e a
políticos.
Segundo Renato Andrade, que é
advogado do ex-funcionário de
carreira da Copel César Bordin,
seu cliente afirma que foi a sua
equipe interna que realizou o trabalho depois pago a título de consultoria à Adifea.
Exceto o doleiro -que fez a
confissão em juízo-, os envolvidos ouvidos pela Agência Folha
negam as acusações.
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