|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SOMBRA NO TUCANATO
Steinbruch, Ricardo Sérgio e tucanos serão convidados
Senadores querem ouvir envolvidos no caso Vale
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Comissão de Fiscalização e
Controle do Senado aprovou ontem a tomada de depoimentos
dos envolvidos nas revelações de
que o ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de Oliveira teria
pedido propina de R$ 15 milhões
para ajudar na formação do consórcio que comprou a Vale do Rio
Doce, privatizada em 1997.
O caso foi divulgado em reportagem da revista "Veja" desta semana. Serão convidados -portanto sem obrigação de comparecimento- o ministro Paulo Renato Souza (Educação), o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros (Comunicações), o empresário Benjamin Steinbruch e
Ricardo Sérgio.
O poder de convocação da comissão se restringe a agentes públicos, ou seja, apenas ao ministro
Paulo Renato, neste caso. Portanto, se ele recusar o convite, poderá
ser convocado pela comissão.
Reação
A decisão desagradou ao governo. O senador Romero Jucá
(PSDB-RR), vice-líder do governo, foi à comissão, depois de o pedido ter sido aprovado, tentar
anular a votação. Segundo ele, a
votação deveria acontecer apenas
na próxima semana.
A oposição, que preferia ter
aprovado a convocação no lugar
de convite, entendeu que os depoimentos podem viabilizar um
procedimento de investigação pela comissão. "Quem não deve não
teme nem treme. Se o governo
prevaricou [faltou ao dever do
cargo por interesse ou má-fé], está sob pena de prisão. Nós não vamos prevaricar", disse a senadora
Heloísa Helena (PT-AL), defendendo a investigação.
Câmara
Na Câmara dos Deputados, os
requerimentos apresentados de
convocação e convite serão votados na próxima semana.
Há pedidos de depoimentos na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça) e na Comissão de Fiscalização e Controle. "Os depoimentos podem produzir elementos
iniciais e propiciar condições de,
se necessário, recorrer ao Poder
Judiciário", afirmou o deputado
Ricardo Berzoini (PT-SP).
A oposição está recolhendo assinaturas para a criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito mista -com deputados e senadores- para investigar a atuação de Ricardo Sérgio na diretoria
do BB e no comando dos fundos
de pensão no processo de privatização da Vale do Rio Doce.
A própria oposição considera
difícil obter o número necessário
(171 deputados e 27 senadores)
para a CPI, após PFL, PMDB,
PSDB e PPS afirmarem ser contra.
Texto Anterior: Janio de Freitas: O cenário montado Próximo Texto: "Ninguém pegará nada", diz Serra a tucanos Índice
|