São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002

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Tasso e Aécio acusam "guerra suja"

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vistos como alternativas na hipótese hoje dificílima de José Serra ser substituído como pré-candidato do PSDB ao Planalto, os tucanos Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará, e Aécio Neves, presidente da Câmara dos Deputados, avaliam que um clima de "guerra suja" se instalou na campanha presidencial.
Esse clima, para os dois tucanos que almoçaram juntos ontem em Brasília, favorece o PT, que, por estar fora do governo federal, tende a perder menos com eventuais trocas de acusações.
Com isso, Tasso e Aécio avaliam que há chance de o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhar a eleição no primeiro turno. A Folha apurou que ambos manifestaram preocupação com o rumo da eleição presidencial em geral e com a campanha de José Serra em particular.
Durante o almoço, que aconteceu na residência oficial do presidente da Câmara, os dois concluíram que esse clima pesado começou com o episódio Lunus, que tirou a pefelista Roseana Sarney (MA) da corrida pelo Planalto. Julgam que é preciso algum tipo de recomposição com o PFL, ainda que não seja possível uma aliança formal no primeiro turno.
Tasso e Aécio também se disseram incomodados com as desconfianças do grupo de Serra de que ambos trabalham pela troca do pré-candidato tucano.
O ex-governador do Ceará está contrariado com serristas que espalharam nos bastidores do tucanato que havia o dedo dele na reportagem da revista "Veja".
Serristas acharam suspeito que Carlos Jereissati, irmão de Tasso, tenha dito que contribuiu para a campanha de Serra ao Senado por intermédio de Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil e arrecadador de fundos de campanhas do PSDB.
Tasso, que foi jantar com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada, comentou com interlocutores que jamais se prestaria a tal baixaria.
Aécio se mostrou chateado com os tucanos que disseram que ele sabia que Paulo Renato Souza, ministro da Educação, confirmara a suposta comissão de R$ 15 milhões que Ricardo Sérgio teria pedido a Benjamin Steinbruch.
A fim de afastar o que chamaram de paranóia dos serristas em relação a uma suposta ação dos dois para desestabilizar o pré-candidato, Tasso e Aécio acertaram que darão mais sinais públicos de apoio ao Serra.


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