São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

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TODA MÍDIA

A Suíça e o fulano

Reprodução
Assinatura de Maluf, no JN


Por que agora? O Jornal Nacional dedicou um terço de sua edição de anteontem à destruição de Paulo Maluf, pré-candidato a prefeito em São Paulo. A manchete:
- Exclusivo. A investigação do envio ilegal de uma fortuna para fora do Brasil. Pelo menos US$ 200 milhões. E documentos comprovam que o dinheiro é do ex-prefeito Paulo Maluf.
Não faltou nem o comentário acusador de Arnaldo Jabor. O JN correu com a sua reportagem e saiu antes da revista "Veja", que ocupa a capa deste fim de semana com manchete ainda mais carregada:
- A megafortuna de Maluf no exterior.
Ainda na capa:
- As provas definitivas. Documento de um banco suíço desmente o político e comprova a existência de contas secretas. Extratos revelam que, num único dia, uma conta do ex-prefeito de São Paulo recebeu depósitos de US$ 345 milhões.
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Ontem a Folha trouxe o próprio Paulo Maluf dizendo que tem gente por trás da história:
- É um dos políticos mais conhecidos deste país. Um deputado me disse: "Eu sei quem esteve na revista "Veja", dando os dados. E sei quem esteve há dois dias na Rede Globo. É o mesmo fulano".
A teoria conspiratória do ex-prefeito não chega a derrubar os documentos apresentados, mas joga a suspeita, uma vez mais, sobre o tucano José Serra.
Ou seria FHC? A mesma edição de "Veja" se pergunta se FHC "quer Serra na disputa por São Paulo ou quer Serra fora da briga pelo Planalto". É o que pensa o próprio ex-ministro, segundo a revista.
 

Mas talvez as denúncias sobre Maluf não passem mesmo de reportagens bem realizadas -apesar da coincidência com a notícia, quinta na Folha, de que o obstáculo para Serra aceitar a candidatura a prefeito é precisamente Maluf. Se ele desistir, Serra sai candidato.
Novamente, por que agora? A revista "Época" já havia destacado a chegada dos documentos dos bancos suíços mais de um mês atrás.
 

Maluf e Serra, ontem, seguiam em campanha. A Globo foi achar o primeiro em uma nova reunião de seu partido, onde reafirmou não ter conta na Suíça. O segundo declarou a "O Estado de S.Paulo":
- É hora de desenvolver a militância tucana.

Em Paris 1
Marta Suplicy assistiu à distância, de Paris, aos entrechoques da sucessão municipal.
Eleita presidente da Organização Mundial de Cidades, deu longa entrevista ontem ao caderno "Babelia", do espanhol "El País". Falou de exclusão social, política cultural, da periferia, dos CEUs etc.

Em Paris 2
Também o "Le Monde", que já vinha de publicar uma entrevista com a prefeita paulistana, destacou sua eleição. E o site da organização que ela agora dirige trazia a manchete:
- O Brasil lidera o caminho.

Incapacidade
No Rio, Anthony Garotinho publicou um "esclarecimento à população", em "O Globo":
- O pedido, por nós encaminhado à excelentíssima governadora Rosinha, de participação de tropas federais nas ações de combate ao crime não pressupõe a incapacidade das forças policiais estaduais.
Ele quer as tropas, mas diz que não precisa delas.

Ator refém
Do "Jornal do Brasil", com mais violência no Rio:
- Nem Thiago Lacerda escapou. O ator da Globo ficou quatro horas em poder de assaltantes, como refém.

Para o Brasil
Jornais do México, como "La Crónica de Hoy", estão em polvorosa com a possibilidade de Gustavo Ponce, o foragido ex-secretário de finanças da Cidade do México, estar no Brasil. A seção brasileira da Interpol estaria em "alerta vermelha" em aeroportos, portos, hotéis e "até nas ruas".
Mas ainda espera a ordem de prisão do Supremo brasileiro.

Rato e Lula
O recém-eleito diretor-gerente do FMI, o espanhol Rodrigo Rato, deu entrevista à rádio espanhola Intereconomía, que a agência Reuters distribuiu e jornais europeus publicaram, destacando uma declaração que mais parecia tirada dos comerciais lulistas:
- As condições (da economia brasileira) são claramente melhores do que quando Lula chegou ao governo.

Maverick
O "Wall Street Journal" publicou um longo perfil de Carlos Lessa, o presidente do BNDES -que foi atacado esta semana por FHC.
Chamando Lessa de "maverick" (independente, dissidente), o conservador "WSJ" sublinhou que "ele está pressionando ruidosamente por uma agenda econômica que decididamente é menos amigável ao capital externo".

Transgênicos
Segundo o argentino "La Nacion", o "negociador especial de biotecnologia" do Departamento de Estado dos EUA, falando a brasileiros e outros, em Buenos Aires, comemorou que mais e mais países estão aceitando os transgênicos. Até mesmo a União Européia.

Aviso de perigo
A guerra do Iraque também faz estragos na imagem comercial dos Estados Unidos. Da "Advertising Age", que cobre a área de publicidade:
- O aceitação da cultura e dos produtos americanos pelos consumidores estrangeiros caiu tanto que um novo estudo resolveu dar um "aviso de perigo" às empresas dos EUA.
Uma pesquisa da NOP, com 30 mil pessoas de 30 países, apontou "hesitação" na compra de produtos americanos.


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