São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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PF deve apurar denúncias contra ex-diretor da Casa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador da República Gustavo Peçanha Velloso vai pedir que a Polícia Federal entre na investigação das denúncias contra o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi. Após analisar o caso, ele decidiu pedir a instauração de inquérito policial, o que deve ser formalizado até terça.
Zoghbi admitiu à revista "Época" ter usado laranjas para omitir os filhos como verdadeiros donos de empresas que intermediavam a concessão de empréstimos consignados para servidores.
Como diretor de Recursos Humanos, Zoghbi podia cadastrar os bancos que ofereciam esses empréstimos. Um deles, o Cruzeiro do Sul teria repassado R$ 2,3 milhões para a Contact, uma das empresas em nome de laranjas, depois da ameaça de Zoghbi de descredenciar a instituição.
A direção do Senado tentava evitar a entrada da PF no caso para não perder o controle da investigação.
Ontem a Polícia Legislativa ouviu os depoimentos de dois sócios da Contact, entre elas a ex-babá Maria Izabel Gomes, que teve seu nome usado para ocultar os verdadeiros donos. Segundo o advogado de Zoghbi, Antonio Carlos de Almeida Castro, ela contou à polícia que assinou os papéis da Contact sem saber do que se tratava. "Atendeu a um pedido de Marcelo Zoghbi, que considera como neto. Ela mal lê."
Pela manhã, também foi ouvida Bianka Machado e Dias, outra sócia da Contact. Segundo seu advogado, Celso Lemos, ela negou que a empresa é de fachada. Admitiu, no entanto, que sabia que Maria Izabel havia sido usada pelo filho de Zoghbi.
Na terça, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresenta proposta para tornar a Casa mais enxuta. A instituição foi contratada por R$ 250 mil para fazer auditoria administrativa, segundo anunciado por Sarney em março, mas a Folha apurou que irá apresentar só sugestões para redução de número de diretorias e de adicional de salário.


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