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Sob pressão, Conselho de Ética vai trocar relator do caso Edmar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pressionado pelos colegas, o
presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos
Araújo (PR-BA), disse que a situação de Sérgio Moraes (PTB-RS), relator do processo contra
Edmar Moreira (sem partido-MG), é "insustentável".
Com isso, a substituição do
deputado gaúcho, que disse estar se "lixando para a opinião
púbica", deve ser formalizada
em reunião marcada para a
próxima terça-feira.
O DEM, antigo partido de
Edmar, e o PSOL, autor da representação contra o deputado,
cobraram ontem publicamente
a saída de Moraes. Eles entendem que o relator fez um julgamento antecipado ao deixar
claro que não vê motivos para
condenar Edmar, conhecido
por ser dono de castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões.
"Não tenho alternativa a não
ser destitui-lo", disse Araújo. A
expectativa é que o presidente
passe o posto para Hugo Leal
(PSC-RJ) ou Ruy Pauletti
(PSDB-RS), que fazem parte da
comissão de sindicância do
conselho que analisa o caso.
Moraes, que também disse
"se lixar" para o que escrevem
os jornais, afirmou ontem que
"não pediu "para entrar [no caso], não vai pedir para sair e não
aceita a saída".
"O que eu não fiz foi condenar o Edmar, que era o que a
grande imprensa queria. Não
antecipei voto nenhum, poderia inclusive não fazer diligência nenhuma, mas estão querendo fazer um grande acordão
[contra ele]. Não sou Maria vai
com as outras e por isso vou
continuar firme. Não reduzo
nenhum palmo para trás."
Sérgio Moraes foi indicado
para investigar a suspeita de
que Edmar Moreira apresentou notas falsas ao justificar o
uso de sua verba indenizatória.
As notas são de suas próprias
empresas de segurança, mas a
suspeita é que os serviços nunca tenham sido prestados.
O próprio Moraes usou, em
abril, R$ 2.500 de sua verba para pagar Guilherme Valentini,
advogado que o defende em
duas ações penais a que responde no Supremo Tribunal Federal. Moraes diz alugar sala no
edifício do escritório de Valentini.
(MARIA CLARA CABRAL)
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