DO ENVIADO A CAMPO GRANDE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O empresário de jogos e ex-deputado estadual pelo Paraná Nilton Cezar Servo (PSB) pensava em ter proveitos com os serviços de lobby de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo os grampos feitos pela Polícia Federal com autorização judicial.
Numa conversa entre Servo e o empresário do agronegócio identificado apenas como André, Servo elogia Vavá. "Só que [você] tá indo com um peso pesado pra arrebentar, [por] que mais peso que isso não existe no Brasil, né?", disse Servo.
Ele diz que pedirá que seu irmão, Nivaldo, acompanhe Vavá e apresenta as "credenciais" do irmão de Lula: "Aí ele [Nivaldo] vai à reunião. Senão, não vai, [Vavá] tem medo de se queimar, pelo amor de Deus, é irmão do homem, né? (...) Porque ele já foi capa de "Veja", o caralho, tem medo disso aí".
Numa conversa posterior com seu irmão Nivaldo, Nilton descreve suas relações com Vavá e com Dario Morelli, militante do PT que se tornou seu parceiro em negócios em São Paulo, segundo a PF. Servo também cita um suposto ex-auxiliar da primeira-dama, Marisa Letícia. "Nilton diz a Nivaldo que inclusive aquela pessoa que o levou num encontro, o Marcinho, até esses dias ele era o motorista da Marisa. Nilton diz a Nivaldo que o Marcinho trabalhou 12 anos com a Marisa, secretari... [ininteligível]. Nilton diz que ainda tem o Dario [Morelli], que é o mais forte de todos, mais forte do que o Vavá."
Em outra conversa, Nivaldo diz a Nilton que a idéia é obter vantagens. "Se o Vavá quiser receber alguma grana disso, ele canaliza pra mim, que aí com certeza eu tomo a grana", disse.
Em relatórios sobre as interceptações, a PF apontou: "Por sua vez, Nilton Cezar Servo e seu irmão, Nivaldo Servo, estão solicitando uma "comissão" em caso de êxito de Vavá no seu lobby junto aos ministros do STJ e conseqüente reforma da sentença judicial, pois foram os responsáveis por lhe colocar em contato com André e seus familiares". (RV E HC)


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