São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Insignificante demais

Em meio à debandada dos republicanos, o "New York Times" deu ontem o editorial "O caminho para casa", pela retirada dos EUA do Iraque, no que o blog de Sérgio Dávila chamou de "texto forte e histórico".
Não por acaso, "batido pela impopularidade da guerra no Iraque", no dizer do "Financial Times", o secretário do Tesouro dos EUA inicia hoje em Brasília uma "missão" para "espalhar oportunidade, reduzir a pobreza e erguer a classe média" na América Latina. Envolve fundos para infra-estrutura e crédito e até navio com médicos, de onde Richard Lapper escreveu para o "FT", mas é tudo "insignificante demais para fazer diferença". De todo modo, não é só o Tesouro, mas o "sensível" Departamento de Estado que está empenhado na missão -com o "sub do sub" Nicholas Burns também a caminho em dias, segundo a Reuters.

UNIDADE E MOBILIZAÇÃO

O mesmo Departamento de Estado segue com a pressão para responsabilizar Brasil e Índia pelo colapso da Rodada Doha -e para afastar ambos de outros países pobres ou em desenvolvimento de Ásia, América Latina e África, que foi o caso de sexta. Mas já surgem também as reações, em artigos no "Wall Street Journal" etc., responsabilizando a "incapacidade paralisante" dos EUA de reduzir subsídios.
E o chanceler Celso Amorim avisou às agências, após encontro com o G90 de países em desenvolvimento em Genebra, que "a unidade e a mobilização" seguem iguais.

ÍNDIA E A RODADA
Na saída do encontro com Celso Amorim, o ministro de comércio indiano disse que é "claro que ainda é possível" concluir a Rodada Doha este ano. Ao fundo, noticiou o indiano "Economic Times", um estudo recém-divulgado reafirmou que a "expansão firme" de Brasil, Rússia, Índia e China, os Brics, "continua".

CHINA VS. BRASIL
Por outro lado, o estatal "China Daily", dia após dia, ressalta questionamentos ao etanol, que estaria elevando o preço dos alimentos "desde o ano passado". Ontem, com charge na home page, falou em "competição direta entre os 800 milhões que possuem carros e os bilhões de pobres".
Na mesma batida, o jornal sublinha que a China é "o mais atrativo" no mundo para investimentos, segundo um estudo -e que Brasil "tem muito menos proeminência em termos de interesse para os investidores estrangeiros".

ABANDONAR OS EUA
Sob o título "O rugido (e o risco) dos emergentes", o "NYT" publicou ontem longa reportagem, com tradução no UOL, sobre as alternativas dos investidores americanos para aplicações pelo mundo.
Falou em "volatilidade", em ter "constituição de ferro", até em uma eventual "pausa" no crescimento das bolsas dos mercados emergentes, mas sublinhou aqui e ali que, com a globalização, "é hora de abandonar a inclinação para os mercados locais de ações".

LÁ COMO CÁ
Das agências externas aos blogs daqui, cresce a visão de que Hugo Chávez questionou o Mercosul para defender a indústria venezuelana dos eventuais concorrentes. Em entrevista à televisão ecoada pela Agência Bolivariana, o ministro da fazenda do país afirmou, em resposta, que o Senado brasileiro é que sofre uma "grande influência" do lobby da indústria brasileira.

O MISTÉRIO DO MONSTRO

Lalo de Almeida - nytimes.com
No Acre, estátua da ‘criatura medonha’

Com chamada no alto da capa de domingo e o título "Na Amazônia, defendendo as tribos ocultas", o correspondente Monte Reel, do "Washington Post", abordou em tom grave o recente contato feito por dois kaiapós de grupo até então isolado na selva. Falou do avanço das madeireiras e, no Peru, do petróleo.
De sua parte, "em fim de mandato", no dizer de Sérgio Dávila no blog, o correspondente Larry Rohter, do "NYT", foi à mesma Amazônia para escrever sobre o mapinguary ou "animal fétido", sob o título "Um grande monstro da Amazônia é só um mito. Ou não?". O longo e curioso texto fecha dizendo que "o mistério do mapinguary continua".

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@ - Nelson de Sá


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