São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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Ação na madrugada no Rio e em SP envolve 300 agentes e inclui algemas

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Sonolento e trajando um pijama de moletom, o ex-prefeito Celso Pitta abre a porta de sua casa, em São Paulo para os agentes da Polícia Federal que anunciam sua prisão, por volta das 6h de ontem. A imagem dá idéia do caráter surpreendente da Operação Satiagraha, que contou com 300 agentes.
Minutos antes, no Rio de Janeiro, uma equipe da Polícia Federal havia chegado à casa do banqueiro Daniel Dantas em dois carros, numa ação que começou por volta das 5h30.
Também por volta das 6h, outra equipe, em São Paulo, teve de escalar os muros da casa do megainvestidor Naji Nahas para poder ter acesso ao interior do imóvel, onde ele foi preso. Os seguranças se recusaram a abrir o portão aos policiais.
Advogados do escritório de Nélio Machado, que representa Dantas, acompanharam a PF.
O banqueiro mora na avenida Vieira Souto, um dos pontos mais valorizados da orla carioca. Antes de chegar à casa de Dantas, uma equipe foi, por engano, até a fazenda Marambaia, na região serrana do Rio, de propriedade do ex-banqueiro Luiz César Fernandes.
Dantas pouco sai da cobertura, onde vive com a mulher e a filha. O apartamento é decorado com discrição: a sala de estar tem mobiliário sóbrio e a principal peça nas paredes é um pôster do Museu de Arte Moderna de Nova York. Pouco após o meio-dia, advogados saíram do prédio sem se identificar e quiseram despistar a imprensa, afirmando que Dantas já havia saído. Mas foi só por volta de 12h20, que o banqueiro deixou o prédio, com os agentes, rumo à sede da PF no Rio.

Pitta
Parte da ação que resultou na prisão do ex-prefeito foi acompanhada por uma equipe da TV Globo, que acabaria impedida de entrar na casa de Pitta com os policiais federais -seis, no total, sendo uma delegada.
O ex-prefeito foi avisado da ação pelo interfone, atendido pela mulher, Rony Golabek, que inicialmente se recusou a abrir o portão. Dentro do imóvel, os policiais mostraram a ele os mandados. Por volta das 10h, na presença de sua advogada, ele deixou, algemado, a casa.
A ação na casa de Nahas, também no Jardim Europa, teve pelo menos dez agentes. Os policiais ficaram por mais de 15 horas -entraram às 6h e só saíram do local em dois carros levando Nahas às 21h20, em alta velocidade e na contramão.
Segundo a PF, eles permaneceram no local em busca de valores, a fim de cumprir mandado de busca e apreensão. Toda a ação foi acompanhada por pelo menos um advogado de Nahas. Nahas seria levado para o IML (Instituto Médico legal) e, depois, à Superintendência da PF.


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