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Ação na madrugada no Rio e em SP envolve 300 agentes e inclui algemas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Sonolento e trajando um pijama de moletom, o ex-prefeito
Celso Pitta abre a porta de sua
casa, em São Paulo para os
agentes da Polícia Federal que
anunciam sua prisão, por volta
das 6h de ontem. A imagem dá
idéia do caráter surpreendente
da Operação Satiagraha, que
contou com 300 agentes.
Minutos antes, no Rio de Janeiro, uma equipe da Polícia
Federal havia chegado à casa do
banqueiro Daniel Dantas em
dois carros, numa ação que começou por volta das 5h30.
Também por volta das 6h,
outra equipe, em São Paulo, teve de escalar os muros da casa
do megainvestidor Naji Nahas
para poder ter acesso ao interior do imóvel, onde ele foi preso. Os seguranças se recusaram
a abrir o portão aos policiais.
Advogados do escritório de
Nélio Machado, que representa
Dantas, acompanharam a PF.
O banqueiro mora na avenida Vieira Souto, um dos pontos
mais valorizados da orla carioca. Antes de chegar à casa de
Dantas, uma equipe foi, por engano, até a fazenda Marambaia,
na região serrana do Rio, de
propriedade do ex-banqueiro
Luiz César Fernandes.
Dantas pouco sai da cobertura, onde vive com a mulher e a
filha. O apartamento é decorado com discrição: a sala de estar
tem mobiliário sóbrio e a principal peça nas paredes é um
pôster do Museu de Arte Moderna de Nova York. Pouco
após o meio-dia, advogados saíram do prédio sem se identificar e quiseram despistar a imprensa, afirmando que Dantas
já havia saído. Mas foi só por
volta de 12h20, que o banqueiro
deixou o prédio, com os agentes, rumo à sede da PF no Rio.
Pitta
Parte da ação que resultou na
prisão do ex-prefeito foi acompanhada por uma equipe da TV
Globo, que acabaria impedida
de entrar na casa de Pitta com
os policiais federais -seis, no
total, sendo uma delegada.
O ex-prefeito foi avisado da
ação pelo interfone, atendido
pela mulher, Rony Golabek,
que inicialmente se recusou a
abrir o portão. Dentro do imóvel, os policiais mostraram a ele
os mandados. Por volta das 10h,
na presença de sua advogada,
ele deixou, algemado, a casa.
A ação na casa de Nahas, também no Jardim Europa, teve
pelo menos dez agentes. Os policiais ficaram por mais de 15
horas -entraram às 6h e só saíram do local em dois carros levando Nahas às 21h20, em alta
velocidade e na contramão.
Segundo a PF, eles permaneceram no local em busca de valores, a fim de cumprir mandado de busca e apreensão. Toda a
ação foi acompanhada por pelo
menos um advogado de Nahas.
Nahas seria levado para o IML
(Instituto Médico legal) e, depois, à Superintendência da PF.
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