São Paulo, quinta, 9 de julho de 1998

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No Sul, Lula se apresenta como "eterno negociador' caso eleito

CARLOS EDUARDO ALVES
enviado especial a Porto Alegre

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpriu ontem mais uma etapa da tentativa de apresentar-se como candidato presidencial confiável para setores que tradicionalmente não são representados por seu partido.
"No governo, seremos eternos negociadores e ninguém será pego de surpresa por cretinices da equipe econômica", afirmou Lula em discurso a produtores rurais na cidade de Capivari do Sul (a 70 km de Porto Alegre), no Rio Grande do Sul.
No esforço para passar a imagem de cordato, Lula não falou sobre os sem-terra para os produtores. Fez uma discurso apontando a responsabilidade do governo Fernando Henrique Cardoso pela "quebradeira" na agricultura.
"Agora, não dependemos somente de capital externo. Também dependemos de comida externa", declarou o candidato à Presidência referindo-se à importação de arroz, feijão e milho.
Em toda a intervenção, Lula insistiu em prometer regras claras para os produtores, caso, é lógico, chegue ao Palácio do Planalto. "Não vou fazer política agrícola por medida provisória."
A cidade visitada ontem por Lula fica em região conhecida por Leonel Brizola (seu vice na chapa e presidente do PDT), que já teve ali uma propriedade rural. O pedetista fez o papel de cicerone, prometendo que o petista será um exemplo de moderação se chegar à Presidência da República.
"Lula, um homem que veio de baixo e aprendeu com a escola da vida, fará uma revolução pelo voto, pacífica e democrática", afirmou Brizola.
O pedetista não negou que até recentemente rivalizava com o agora parceiro de palanque. "Vivíamos momentos de incompreensão", declarou o vice na chapa de Lula.



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