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No Sul, Lula se apresenta como
"eterno negociador' caso eleito
CARLOS EDUARDO ALVES
enviado especial a Porto Alegre
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
cumpriu ontem mais uma etapa
da tentativa de apresentar-se como candidato presidencial confiável para setores que tradicionalmente não são representados por
seu partido.
"No governo, seremos eternos
negociadores e ninguém será pego
de surpresa por cretinices da equipe econômica", afirmou Lula em
discurso a produtores rurais na cidade de Capivari do Sul (a 70 km
de Porto Alegre), no Rio Grande
do Sul.
No esforço para passar a imagem de cordato, Lula não falou sobre os sem-terra para os produtores. Fez uma discurso apontando a
responsabilidade do governo Fernando Henrique Cardoso pela
"quebradeira" na agricultura.
"Agora, não dependemos somente de capital externo. Também dependemos de comida externa", declarou o candidato à
Presidência referindo-se à importação de arroz, feijão e milho.
Em toda a intervenção, Lula insistiu em prometer regras claras
para os produtores, caso, é lógico,
chegue ao Palácio do Planalto.
"Não vou fazer política agrícola
por medida provisória."
A cidade visitada ontem por Lula
fica em região conhecida por Leonel Brizola (seu vice na chapa e
presidente do PDT), que já teve ali
uma propriedade rural. O pedetista fez o papel de cicerone, prometendo que o petista será um exemplo de moderação se chegar à Presidência da República.
"Lula, um homem que veio de
baixo e aprendeu com a escola da
vida, fará uma revolução pelo voto, pacífica e democrática", afirmou Brizola.
O pedetista não negou que até
recentemente rivalizava com o
agora parceiro de palanque.
"Vivíamos momentos de incompreensão", declarou o vice na
chapa de Lula.
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