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CRISE FEDERAL
Quatro, que pertenciam à cúpula e perderam o cargo de confiança, fizeram pedido de licença coletivo
Ministério da Justiça afasta 24 policiais
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
O ministro Renan Calheiros
(Justiça) anunciou ontem o afastamento de 24 policiais federais acusados em processos disciplinares
ou judiciais. Quatro deles pertenciam à cúpula da PF e perderam
cargos de confiança, sete serão demitidos e 13 respondem a processos disciplinares.
Calheiros adotou uma solução
negociada em relação aos quatro
ocupantes de cargos de confiança
acusados de desviar recursos de
convênio de US$ 296 mil firmado
entre o INSS e a PF para a criação
de uma delegacia de crimes previdenciários no Rio.
Ele disse que aceitou pedido de
licença coletivo apresentado por
eles -ex-superintendentes Mauro Spósito (AM) e Jairo Kullmann
(RJ), o delegado Alberto Lasserre
Filho -ex-chefe de gabinete do
diretor-geral da PF, Vicente Chelotti- e o agente Celso Luiz Braga
de Lemos, ex-assessor de Chelotti.
"Se eles não pedissem licença,
eu iria exonerá-los para que respondessem ao processo sobre o
convênio do INSS", disse Calheiros. Ele reafirmou que o diretor-geral da PF continua no cargo.
Calheiros evitou comentar o fato
de ter divulgado peças do processo
sigiloso sobre o convênio do INSS
na sexta passada. "Vamos pedir à
Justiça informações sobre esses
processos sob segredo de Justiça."
A operação "limpeza" na PF foi
proposta há um mês pelo procurador-geral da República, Geraldo
Brindeiro, por causa de ameaças
de morte feitas a duas procuradoras que investigavam policiais federais no Rio e em São Paulo. Uma
trabalhava com o delegado Alcioni
Santana, assassinado em maio.
Serão afastados das atividades
para responder a processos disciplinares quatro policiais de São
Paulo, oito do Rio e um do Paraná.
Dois deles obtiveram na Justiça liminares para suspenderem o processo disciplinar até o final do processo penal.
A "limpeza" acelerou a conclusão de sete processos que estavam
pendentes de decisão há um ano
na consultoria do ministério. Calheiros encaminhou pedidos de
demissão deles a FHC. Entre eles
está o delegado Eleutério Parracho, ex-superintendente da PF no
Rio, cinco agentes e o funcionário
administrativo Joel Machado. Três
pedidos de demissão aguardam
decisão do ministério.
Calheiros disse que reverá os
processos de demissão arquivados
sobre policiais que respondem a
vários processos na Justiça, como
o ex-superintendente da PF no Rio
Edson Antonio Oliveira.
Spósito disse à Folha que usou
recursos do convênio do INSS para atender emergências em Rondônia e em Alagoas e não colocou
documento falso na prestação de
contas. Léo Miranda, advogado de
Lasserre, disse que o processo tramita sob segredo de Justiça.
O agente Celso Lemos e o delegado Oliveira não foram localizados.
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