DA AGÊNCIA FOLHA

O publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002, esteve ontem na Superintendência da Polícia Federal em Salvador, na Bahia, acompanhado de advogados e de Zilmar Fernandes da Silveira, sua sócia.
Segundo nota divulgada pela PF, eles compareceram "espontaneamente" para "manifestar interesse em colaborar com as investigações" sobre o esquema de repasse de dinheiro que seria comandado pelo empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como operador do suposto "mensalão".
"Ressalta-se que não há inquérito policial em andamento contra os mesmos ou solicitação de intimação nesta regional até o presente momento", diz a nota.
Não houve depoimento. A conversa com o delegado César Nunes durou cerca de 40 minutos. A reportagem não conseguiu ontem contatar Duda Mendonça ou algum advogado dele para falar sobre a ida à Polícia Federal. Na agência em Salvador, a informação era que o publicitário estava fora, em viagem.
Os nomes de Duda e da sua sócia foram associados ao caso por Simone Vasconcelos, diretora financeira da SMPB.
No depoimento que Simone prestou na PF, em Brasília, na segunda-feira da semana passada, ela entregou uma lista com nomes de sacadores e beneficiários de recursos provenientes de contas bancárias de Marco Valério.
Os nomes de Duda e da sua sócia foram envolvidos em supostas transações que teriam movimentado R$ 15,5 milhões em cinco saques, que teriam ocorrido de fevereiro a novembro de 2003.
O dinheiro teria sido usado para o pagamento de dívidas de campanha eleitoral.
Matéria da Folha publicada no dia 21 do mês passado revelou que Zilmar fez saque de R$ 250 mil da conta da SMPB no Banco Rural, em 30 de abril de 2003.
Em nota, a sócia de Duda diz que recebeu no Banco Rural "R$ 500 mil do PT para pagamento de serviços, custos e despesas oficialmente contratados referentes à propaganda partidária gratuita".
Na sexta-feira, Duda Mendonça divulgou outra nota, em que dizia repudiar com "veemência e indignação as tentativas absurdas e absolutamente improcedentes do sr. Marcos Valério e da sra. Simone Vasconcelos de envolverem o meu nome e o da minha sócia Zilmar Fernandes" no suposto esquema.
Na opinião do publicitário, seu nome foi associado ao escândalo para "confundir as investigações".


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