São Paulo, terça-feira, 09 de agosto de 2005

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Presidente petista nega fraude em licitações do MEC

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente do PT, Tarso Genro, contestou por meio de nota que o MEC (Ministério da Educação), quando era ministro, tenha utilizado serviços das editoras gaúchas Comunicação Impressa e Impresul para beneficiá-las. As gráficas prestaram serviços para Tarso em suas campanhas para prefeito da cidade de Porto Alegre (2000) e governador do Rio Grande do Sul (2002).
Definindo as informações -publicadas pela revista "Época"- como "leviandade", Tarso afirmou que "a contratação de gráficas é de responsabilidade das agências de publicidade licitadas" e que a relação profissional é feita pela coordenação da assessoria de comunicação do ministério, obedecendo a critérios "exclusivamente técnicos".
De acordo com Tarso, o gasto geral com serviços gráficos entre 2004 e 2005 foi de R$ 5,6 milhões. "Deste total, o montante destinado a gráficas gaúchas totalizou apenas R$ 371 mil -6,6% do total. Neste mesmo período, o MEC encomendou 272 trabalhos gráficos em vários Estados do país, sendo apenas dez no Rio Grande do Sul", diz a nota.
"As agências de publicidade foram orientadas a cotar orçamentos em várias praças na busca do cumprimento da disposição contratual que prevê "a obrigação das contratadas em garantir a tomada de serviço de terceiros sempre a partir da busca de menor preço de mercado", sem comprometer a qualidade destes serviços. Neste sentido, houve uma diversificação na produção de materiais, com a contratação de serviços em sete Estados."
Os donos das gráficas também negam favorecimento.
"Nunca transitamos no MEC, não falamos com Tarso Genro. Querem fazer relação entre R$ 75 mil que recebemos como pagamento de dívida pelo diretório nacional do PT com nosso trabalho para o MEC", disse Ângelo Garbaski, da Impresul.
"Quando recebemos os R$ 75 mil, foram pagas dívidas de 2000 [campanha para a Prefeitura de Porto Alegre, na qual Tarso era candidato], que estavam pendentes, porque ameaçamos não fazer a de 2004", afirmou Garbaski.
O proprietário da Comunicação Impressa, José Mazzarollo, também conta que participou de licitações. Ganhou, segundo ele, oito de 30 disputadas.
"Nunca mantivemos contato com Tarso. Faz anos que não falo com ele. Eu o conheço, mas ele não me conhece." (LG)


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