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BAHIA
Procuradores pedem anulação de exame para seleção de 17 juízes substitutos
Concurso para TRT é questionado
LUIZ FRANCISCO
MARCOS VITA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Um concurso público para o
preenchimento de 17 vagas de juiz
substituto do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 5ª Região,
em Salvador, está sendo questionado pelo Ministério Público Federal.
Os procuradores Robério Nunes dos Anjos Filho e João Bosco
Araújo Fontes Júnior ingressaram
com uma ação pedindo a anulação da segunda etapa do concurso. Na ação, os procuradores alegam que houve o descumprimento de uma norma do edital por
parte da comissão julgadora.
Além do Ministério Público, o
Sintrab (Sindicato dos Trabalhadores da Justiça do Trabalho) suspeita que o concurso foi organizado para favorecer seis filhos de
juízes e um assessor direto da corregedoria do tribunal. Todos foram aprovados nas três primeiras
etapas do exame.
Notas
As provas deveriam ser corrigidas individualmente pelos três
examinadores. As notas deveriam
ser entregues em envelopes fechados. No entanto, os 572 candidatos receberam a mesma nota de
todos os examinadores.
"A hipótese de que houve correção individualizada e, por coincidência, os três examinadores conferiram a mesma nota às provas é
absurda. Matematicamente, isso é
impossível de ocorrer no mundo
dos fatos", disse o procurador
João Bosco Júnior.
A uniformidade das notas seria
uma estratégia para aprovar pessoas ligadas a juízes, segundo o
Sintrab. "Há indícios que maculam a livre concorrência. O concurso deve ser anulado desde a
sua origem. A igualdade das notas
é um indício de que possa ter havido favorecimento", disse Rogério Fagundes, do sindicato.
Pelo edital do concurso, faltam
apenas mais duas etapas para a finalização do concurso aberto pelo
TRT: prova oral e prova de títulos
(que é apenas classificatória, e não
eliminatória).
Reunião
A presidente do TRT, Conceição Martinelli, disse ontem à tarde que vai convocar uma sessão
com os juízes da segunda instância para analisar a ação impetrada
pelo Ministério Público Federal.
"Enquanto as dúvidas não forem dissipadas, permanecerá
uma mácula no concurso", disse.
Segundo a presidente, o concurso deverá ser anulado se houver
qualquer irregularidade.
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