São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Azeredo insinua que FHC não ajuda Alckmin na campanha

Senador tucano diz que momento é de pedir voto e não de "ficar fazendo crítica"

Ex-dirigente do PSDB afirma que carta "foi inoportuna porque vem criar cizânia" e "injusta porque eu sempre fui muito leal com o partido"


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reagiu ontem à carta pública de Fernando Henrique Cardoso insinuando que o ex-presidente não pede votos para o presidenciável Geraldo Alckmin, que corre riscos de perder a disputa para o presidente Lula no primeiro turno.
"O momento não é de culpa daqui, culpa dali. O momento é de pedir voto, não é de fazer análise, não. O momento é de fazer o que estou fazendo: pedindo votos no interior de Minas, mesmo sem ser candidato. O momento não é de ficar fazendo crítica ou de ficar fazendo análise", disse Azeredo.
Ele considerou "inoportuna, injusta e incorreta" a parte da carta de FHC sobre o partido ter "tapado o sol com a peneira" diante das irregularidades descobertas na campanha de 1998, quando Azeredo, então governador de Minas, tentava a reeleição. "A nota foi inoportuna porque vem criar cizânia no momento em que há necessidade de união. Ela foi injusta porque eu sou um fundador do partido que sempre fui muito leal com o partido. E foi incorreta porque diz que poderia ter havido uma tentativa de tapar o sol com a peneira quando eu considero o contrário", disse.
Segundo Azeredo, os senadores do PSDB o defenderam porque "souberam diferenciar as situações" ocorridas na campanha de 1998 e no escândalo do mensalão envolvendo o PT. "No caso da eleição de 1998 em Minas, não teve nada a ver com mensalão, com corrupção. Foi uma questão de contabilidade de campanha. Então, ele [FHC] não foi feliz, e lamento que ele tenha colocado dessa maneira."
Azeredo criticou FHC: "Ele realmente nunca se pronunciou sobre essa questão. Se ele pensava que eu deveria ter outro tipo de posição, no mínimo ele deveria ter falado. Considero que foi injusto, inoportuno e incorreto". A Procuradoria Geral da República e o Ministério Público de Minas abriram investigações para apurar o caixa dois da campanha de 1998 e a existência de dinheiro público na campanha de Azeredo, além dos empréstimos de Marcos Valério. Azeredo admite o caixa dois, mas nega a existência de dinheiro público na campanha.


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