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Pastores prometem empenho para reeleger Lula no 1º turno
DA SUCURSAL DO RIO
De olhos fechados e ao som
do sermão entusiasmado de
um pastor, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ouviu a
oração de cerca de mil pastores
em templo da Assembléia de
Deus, no Rio, na tarde de ontem. Acabara de receber a adesão oficial da Convenção Nacional das Assembléias de Deus
do Brasil (Ministério de Madureira), que lhe prometeu empenho e apoio político junto a fiéis
na disputa eleitoral.
O senador Marcelo Crivella,
bispo licenciado da Igreja Universal -que apóia Lula- e candidato ao governo do Rio, também foi ao evento.
"Somos todos crentes, brasileiros e amamos este país", disse o presidente.
O líder do grupo, pastor Manoel Ferreira, pediu empenho a
cerca de mil pastores pela candidatura do presidente e a promessa de "somar todos os esforços ainda neste turno" para
que Lula "saia vitorioso".
A Assembléia de Deus reúne
cerca de 9 milhões de membros
no país e a Convenção Nacional
tem cerca da metade, segundo
Manoel Ferreira. Outra corrente importante é a Convenção
Geral, que apóia o candidato do
PSDB, Geraldo Alckmin.
Durante o discurso, Lula disse que sua política social "incomoda". "Tem gente achando
até que pobre não pode votar,
porque sabe que vota em mim".
A atividade política em igrejas é proibida pela legislação
eleitoral. A Folha consultou
quatro especialistas em Direito
Eleitoral sobre o ato de ontem.
Três afirmaram que a atividade
é irregular.
"A lei eleitoral diz que as
igrejas são lugares de uso comum e não permitem atividade
política", disse o advogado Luiz
Paulo Ferreira. Já o advogado
Luiz Paulo Viveiros de Castro
considera que ontem não houve abuso porque o evento era
para pastores e não para fiéis.
Contatados pela Folha após
o ato pró-Lula na Assembléia
de Deus, pastores confirmaram
que já estão pedindo votos a
seus fiéis pela candidatura do
presidente à reeleição.
"Temos o cuidado de não
misturar. Acabamos o culto e,
nos minutos finais, falamos sobre os candidatos. Pedimos pelo Lula, por Marcelo Crivella,
pelo bispo Manoel Ferreira e
pelo pastor Sabino, candidato
lá de Rio das Ostras", contou o
pastor José Augusto Rosário
Vieira, de Rio das Ostras (a 170
km do Rio).
Para o ex-metalúrgico e admirador antigo de Lula, Manoel Roberto Soares, a igreja
vai apoiar o presidente, mas as
discussões políticas não acontecerão nos templos.
(RAPHAEL GOMIDE)
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