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Gilmar Mendes elogiou Pagot a tucanos
Ministro do Supremo falou sobre indicado que enfrentou resistência no Senado até ser aprovado para a diretoria do Dnit
Os dois são de Mato Grosso, e o magistrado considera conterrâneo "competente", conforme declarou a Tasso Jereissatti e Arthur Virgílio
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro Gilmar Mendes,
do STF (Supremo Tribunal Federal), deu referências positivas para senadores tucanos sobre o economista Luiz Antônio
Pagot, que enfrentou meses de
resistência e três obstruções no
Senado até ser aprovado para a
direção-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).
Mendes e Pagot são de Mato
Grosso, e o ministro considera
o conterrâneo "competente" e
"benquisto no Estado", conforme declarou aos senadores do
PSDB Tasso Jereissatti (CE) e
Arthur Virgílio (AM), num encontro em seu gabinete.
Essa visita foi no mês passado, quando os dois políticos teriam ido até o Supremo por outro motivo. Na versão apresentada à Folha, a conversa sobre
Pagot teria surgido "en passant", acessoriamente.
Ex-advogado-geral da União
no governo Fernando Henrique Cardoso, Mendes manteve
amigos na seara tucana e é irmão do prefeito de Diamantino
(MT), Francisco Mendes (PR),
ligado a Pagot e ao governador
do Estado, Blairo Maggi.
Pagot saiu do PPS junto com
Blairo Maggi, de quem foi secretário de Infra-Estrutura e
Educação, para aderir ao PR e
engrossar a base governista federal. Sua indicação para o
Dnit foi rejeitada pelos tucanos
do Estado, à frente o ex-senador Antero Paes de Barros.
O Dnit, que tinha R$ 7,2 bilhões em caixa em março passado, é o órgão que tem verbas
mais polpudas do Ministério
dos Transportes e um dos mais
ricos da administração federal.
Uma das acusações que pesaram contra Pagot foi a de ter
sonegado no seu currículo o fato de ocupar simultaneamente
um cargo técnico no Senado e a
presidência da Hermasa, empresa de navegação.
Depois de meses de contestação, seu nome foi aprovado
pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado por 17 votos a 6
e, depois de obstrução da oposição que trancou a pauta em
três sessões, acabou também
aprovado no plenário da Casa,
no último dia 2.
O voto é secreto, mas os próprios tucanos admitem que o
PSDB se dividiu e deu votos favoráveis. Segundo o colunista
Elio Gaspari, domingo, na Folha, um ministro do STF, que
ele não nomeou, teria telefonado para pelo menos dois senadores tucanos pedindo ajuda
na aprovação de Pagot. Gilmar
Mendes, que não quis dar entrevista, negou ter feito pedido,
mas a Folha apurou que ele pelo menos fez elogios a Pagot na
conversa com os tucanos.
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