São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Gilmar Mendes elogiou Pagot a tucanos

Ministro do Supremo falou sobre indicado que enfrentou resistência no Senado até ser aprovado para a diretoria do Dnit

Os dois são de Mato Grosso, e o magistrado considera conterrâneo "competente", conforme declarou a Tasso Jereissatti e Arthur Virgílio

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), deu referências positivas para senadores tucanos sobre o economista Luiz Antônio Pagot, que enfrentou meses de resistência e três obstruções no Senado até ser aprovado para a direção-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).
Mendes e Pagot são de Mato Grosso, e o ministro considera o conterrâneo "competente" e "benquisto no Estado", conforme declarou aos senadores do PSDB Tasso Jereissatti (CE) e Arthur Virgílio (AM), num encontro em seu gabinete.
Essa visita foi no mês passado, quando os dois políticos teriam ido até o Supremo por outro motivo. Na versão apresentada à Folha, a conversa sobre Pagot teria surgido "en passant", acessoriamente.
Ex-advogado-geral da União no governo Fernando Henrique Cardoso, Mendes manteve amigos na seara tucana e é irmão do prefeito de Diamantino (MT), Francisco Mendes (PR), ligado a Pagot e ao governador do Estado, Blairo Maggi.
Pagot saiu do PPS junto com Blairo Maggi, de quem foi secretário de Infra-Estrutura e Educação, para aderir ao PR e engrossar a base governista federal. Sua indicação para o Dnit foi rejeitada pelos tucanos do Estado, à frente o ex-senador Antero Paes de Barros.
O Dnit, que tinha R$ 7,2 bilhões em caixa em março passado, é o órgão que tem verbas mais polpudas do Ministério dos Transportes e um dos mais ricos da administração federal.
Uma das acusações que pesaram contra Pagot foi a de ter sonegado no seu currículo o fato de ocupar simultaneamente um cargo técnico no Senado e a presidência da Hermasa, empresa de navegação.
Depois de meses de contestação, seu nome foi aprovado pela Comissão de Infra-Estrutura do Senado por 17 votos a 6 e, depois de obstrução da oposição que trancou a pauta em três sessões, acabou também aprovado no plenário da Casa, no último dia 2.
O voto é secreto, mas os próprios tucanos admitem que o PSDB se dividiu e deu votos favoráveis. Segundo o colunista Elio Gaspari, domingo, na Folha, um ministro do STF, que ele não nomeou, teria telefonado para pelo menos dois senadores tucanos pedindo ajuda na aprovação de Pagot. Gilmar Mendes, que não quis dar entrevista, negou ter feito pedido, mas a Folha apurou que ele pelo menos fez elogios a Pagot na conversa com os tucanos.


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