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Jornal não é alvo de investigação, afirma delegado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O delegado da Polícia Federal encarregado do inquérito sobre o dossiê contra tucanos, Diógenes Curado,
afirmou que a Folha não é
nem nunca foi alvo de investigações da polícia.
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) disse
ontem que não tinha conhecimento suficiente da investigação para se pronunciar a
respeito. "O que imagino, é
que se trate de medida de caráter geral, visando a chegar
à origem do dinheiro. A liberdade de imprensa é um
valor inalienável da mais alta
nobreza constitucional."
Curado, que assina todos
os pedidos de quebra de sigilo telefônico relacionados à
investigação, afirmou que
cumpriu um procedimento
padrão nesse tipo de trabalho ao requisitar, à Justiça,
os dados cadastrais e os extratos telefônicos de todos os
números que ligam ou que
recebem chamadas das pessoas investigadas no caso.
Segundo ele, os números
da Folha apareceram na memória do celular apreendido
com Gedimar Passos. Disse
que, ao ver que as ligações foram feitas posteriormente à
prisão de Gedimar e outros
dois envolvidos no caso, descartou analisar a relação da
Folha por concluir que se
tratava de uma apuração jornalística normal.
Ele explicou que as primeiras quebras foram feitas
a partir de perícia feita no celular de Gedimar. Os técnicos levantaram as últimas
chamadas feitas e recebidas
que estavam registradas na
memória do aparelho. Como
a memória tem um número
limite de ligações registradas, à medida que são feitas e
recebidas novas ligações, as
mais antigas são apagadas.
Segundo Curado, a Folha
foi o único veículo de comunicação a ter uma ligação
ainda registrada na memória
do celular de Gedimar. Isso
explicaria, segundo ele, porque outros órgãos, mesmo
tendo ligado para o celular
de Gedimar antes da Folha,
não tiveram seu número entre as quebras de sigilo.
"Quando pedimos os dados cadastrais e os extratos
das ligações, não sabíamos
que havia um número da Folha. Como queríamos dar velocidade às investigações, solicitamos os dados de todos
os números nessa situação",
disse ele, em relação às chamadas registradas na memória do celular de Gedimar.
"Isso é uma coisa normal
dentro de uma investigação
como essa. Pedimos os dados
e depois vamos descartando
aqueles que não nos interessam. Por isso o inquérito corre em segredo de Justiça, para que as pessoas que não
têm nada a ver com o caso sejam preservadas", disse.
O delegado ontem estava
em Campo Grande e se comprometeu a verificar, quando
chegasse hoje a Cuiabá, os
motivos de outros telefones
não terem tido o pedido de
quebra de sigilo. A assessoria
de imprensa da Polícia Federal, em Brasília, informou
que coube ao delegado que
preside a investigação se
pronunciar sobre o ocorrido.
O juiz Marcos Alves Tavares, da 3ª Vara Federal de
Cuiabá (MT), a quem foi feito o pedido da quebra dos sigilos, informou ontem por
meio da diretoria da Justiça
Federal de Mato Grosso que
não se manifestaria sobre o
caso. A Justiça Federal informou ainda, por meio de sua
assessoria, desconhecer a informação de que tenha ocorrido quebras de sigilo de telefones da Folha.
Colaborou a Agência Folha, em Cuiabá
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