São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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Desfecho do caso dos atos secretos fica para 2010

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desfecho do escândalo dos atos secretos só se dará a partir de janeiro do ano que vem, quando deve ser finalizado o processo administrativo dos ex-diretores Agaciel Maia (Diretoria-Geral) e João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos).
Pela legislação, cabe ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), estabelecer a punição. A mais severa é demissão com perda de aposentadoria. Zoghbi já foi demitido por conta de seu envolvimento no esquema de crédito consignado.
No comando da Diretoria-Geral por 14 anos, Agaciel foi nomeado por Sarney em 1995. Acabou exonerado em março deste ano depois que a Folha revelou que ele escondeu da Justiça uma casa avaliada em R$ 5 milhões.
Apesar disso, Agaciel manteve uma relação de proximidade com Sarney. Em junho deste ano, o presidente foi padrinho de casamento de uma filha de Agaciel. No mesmo dia, o jornal "O Estado de S. Paulo" antecipou os primeiros atos secretos.
Apontada em relatório da FGV (Fundação Getulio Vargas), a irregularidade já vinha sendo investigada por uma comissão de sindicância formada por três servidores, a pedido da Primeira Secretaria do Senado.
O grupo concluiu um relatório em que apontou a existência de 663 atos secretos em 312 boletins.
A grande maioria dos atos secretos foi convalidada, por orientação do atual diretor-geral, Haroldo Tajra.
Em 19 de junho, o então chefe do serviço de publicações do Senado, Franklin Paes Landim, disse em entrevista à Folha que os atos eram escondidos propositalmente a pedido de Agaciel e Zoghbi. No mesmo dia, outra comissão foi aberta.
Ao depor, além de reafirmar suas declarações, Franklin apresentou provas, como e-mails enviados pelo então chefe de gabinete de Agaciel, Celso Menezes, que prestou depoimento e confirmou ter recebido ordens do ex-diretor-geral para esconder atos. (AC)


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