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Dilma ataca DEM, mas absolve PT
Ministra afirma que mensalão do DF é "estarrecedor", e imagens, "muito claras"
Em nota oficial, Diretório Nacional petista acusa Democratas de hipocrisia e diz que as acusações são uma "reprise chocante"
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao chegar ontem a um jantar
de homenagem do PT a seus ex-presidentes -inclusive José
Dirceu e José Genoino, réus no
escândalo do mensalão-, a
presidenciável do partido, ministra Dilma Rousseff, qualificou de "estarrecedor" o esquema descoberto recentemente
envolvendo o DEM de Brasília.
Disse ainda que não há provas "contundentes" contra Dirceu, Genoino e os demais petistas citados no mensalão.
"Eles [petistas] não foram
nem sequer julgados. Considerando as provas, é muito difícil
você dizer, no caso de várias
pessoas, que há provas contundentes. Não há", declarou.
No caso do mensalão do
DEM, no entanto, a ministra da
Casa Civil não demonstrou nenhuma dúvida sobre a responsabilidade daqueles flagrados
recebendo dinheiro. "As imagens [mostrando a distribuição
de propina a políticos do DF]
são estarrecedoras. São muito
duras, muito claras."
Para ela, o episódio "compromete eleitoralmente o DEM".
Cautelosa, evitou estender a
avaliação aos tradicionais aliados dos democratas, os tucanos. "Isso eu não sei fazer uma
avaliação precisa. Eu já entraria
na subjetividade", declarou.
A ministra defendeu também mais agilidade em processos "quando há inequivocamente provas de corrupção" e
se mostrou favorável ainda a
leis mais duras nesse campo.
A ministra foi ontem estrela
de festa para 1.100 pessoas organizada pelo PT, em Brasília,
como parte da comemoração
dos 30 anos da sigla. Foram arrecadados cerca de R$ 320 mil.
Antes, no final da tarde, o Diretório Nacional do PT divulgou nota acusando o DEM de
"hipócrita" por conta do escândalo da propina em Brasília. "O
panetonegate coloca por terra o
discurso hipócrita dos falsos
vestais do DEM no Distrito Federal", diz a resolução.
Segundo a nota, as acusações
são uma "reprise chocante".
Reprise, segundo o PT, das acusações contra a governadora
tucana do Rio Grande do Sul,
Yeda Crusius, e do valerioduto
tucano, chefiado pelo senador
mineiro Eduardo Azeredo.
"Nós reconhecemos nossos
problemas e chamamos o Congresso a votar uma reforma política. O problema é que a oposição faz papel de vestal", disse
o presidente do PT, deputado
Ricardo Berzoini.
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