|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Casa "alternativa' custa menos
da enviada a Santa Cruz do Sul (RS)
Com R$ 77 mil inteiramente financiados com recursos próprios,
a Prefeitura de Santa Cruz do Sul
(município gaúcho a 150 km de
Porto Alegre) construiu em novembro do ano passado 30 casas
populares de 40 m 2 que beneficiaram famílias de baixa renda que viviam em barracos construídos irregularmente em área de encosta.
Se as casas fossem construídas
pelo programa de habitação popular do governo federal, teriam
aproximadamente a metade do tamanho (23 m 2), além de custarem
mais do dobro: R$ 6.800 cada uma.
Também não poderiam beneficiar nenhuma das 30 famílias atendidas, por causa da exigência da
Caixa Econômica Federal de que
os contemplados têm de apresentar comprovante de renda.
O déficit habitacional em Santa
Cruz é de 3.700 casas para a população de baixa renda. Desse total,
3.200 famílias não têm renda fixa.
O "segredo" do baixo custo das
casas é que elas são construídas pelas próprias famílias, em mutirão,
a partir de placas de cimento, areia
e borracha de pneu moído.
Quem prepara as placas é um um
grupo de 25 presidiários que recebem R$ 143 por mês, além de terem
descontados um dia da pena para
cada três trabalhados.
A tecnologia alternativa, além de
baratear o custo da casa (o uso da
borracha diminui a quantidade de
cimento utilizada), é ecológica: a
borracha é dada de graça, porque
as fábricas de pneu não têm o que
fazer com esse resto, já que não podem queimar.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|