São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

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Casa "alternativa' custa menos

da enviada a Santa Cruz do Sul (RS)

Com R$ 77 mil inteiramente financiados com recursos próprios, a Prefeitura de Santa Cruz do Sul (município gaúcho a 150 km de Porto Alegre) construiu em novembro do ano passado 30 casas populares de 40 m 2 que beneficiaram famílias de baixa renda que viviam em barracos construídos irregularmente em área de encosta.
Se as casas fossem construídas pelo programa de habitação popular do governo federal, teriam aproximadamente a metade do tamanho (23 m 2), além de custarem mais do dobro: R$ 6.800 cada uma.
Também não poderiam beneficiar nenhuma das 30 famílias atendidas, por causa da exigência da Caixa Econômica Federal de que os contemplados têm de apresentar comprovante de renda.
O déficit habitacional em Santa Cruz é de 3.700 casas para a população de baixa renda. Desse total, 3.200 famílias não têm renda fixa.
O "segredo" do baixo custo das casas é que elas são construídas pelas próprias famílias, em mutirão, a partir de placas de cimento, areia e borracha de pneu moído.
Quem prepara as placas é um um grupo de 25 presidiários que recebem R$ 143 por mês, além de terem descontados um dia da pena para cada três trabalhados.
A tecnologia alternativa, além de baratear o custo da casa (o uso da borracha diminui a quantidade de cimento utilizada), é ecológica: a borracha é dada de graça, porque as fábricas de pneu não têm o que fazer com esse resto, já que não podem queimar.



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