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Procurador apura contrato sem licitação
DA REPORTAGEM LOCAL
"A equipe responsável por esse
assalto ao erário deveria ser demitida dos cargos públicos", diz o
procurador regional da República
Brasilino Pereira dos Santos, que
desde 1999 investiga o caso que ficou conhecido em Brasília como
o processo do "Bug do Milênio".
Santos descobriu que, para facilitar a contratação sem licitação
da TBA Informática, um despacho foi suprimido do processo
com o uso de "liquid paper", produto químico para apagar textos.
Em dezembro, uma comissão
de sindicância do Ministério de
Agricultura -instalada por Márcio Fortes de Almeida, por recomendação do Ministério Público
Federal- pediu a abertura de
procedimento displicinar para
apurar a responsabilidade do secretário-executivo na contratação
sem licitação da TBA Informática.
A servidora Marta Campos Braga, que coordenou o processo de
inexigibilidade da licitação, afirmou à comissão de sindicância
que "houve direcionamento" para contratar a TBA.
A servidora é formada em história e pedagogia. Ela sustentou que
o processo chegou às suas mãos
num "pacote pronto", por deliberação de seus chefes superiores
Márcio Fortes de Almeida e Jairo
Vitor Machado.
Machado era o subsecretário de
planejamento, orçamento e administração do ministério da
Agricultura. Foi secretário de
controle interno do ministério
das Minas e Energia no governo
Collor, quando Pratini de Moraes
era o titular da pasta e Almeida,
secretário-executivo.
Machado foi convidado por Almeida para função semelhante no
ministério da Agricultura. Ao depor à comissão de sindicância que
mandara constituir, Almeida disse que Machado "era pessoa considerada de confiança". O assessor de Furlan responsabilizou
Machado, apontando-o como "a
pessoa que o levou a incorrer em
erro", ao contratar a TBA considerando inexigível a licitação.
Em 26 de dezembro, o advogado da União José Carlos Souza,
coordenador jurídico substituto
do Ministério da Agricultura,
emitiu parecer concluindo, em relação a Almeida, que "não se vislumbra qualquer ato que possa
macular a sua atuação, visto que,
na condição de alto dirigente,
prolatou despachos devidamente
amparado em informações, documentos e pareceres trazidos pelos seus subordinados".
Sobre a funcionária Marta
Campos Braga, o advogado da
União afirmou que, "ao invés de
reprimenda, estima-se que tal servidora seja merecedora de uma
menção de louvor, mesmo porque, num curto espaço de tempo,
e premida por necessidades definidas como graves e inadiáveis
pela alta administração, logrou
contribuir decisivamente para a
viabilização do projeto, e tudo isso, agindo na conformidade com
as ordens que recebeu".
(FV)
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