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No fim da maratona no Brasil, presidente demonstra impaciência
EM SÃO PAULO
O dia começou com os dois
presidentes caminhando lado a
lado pelo terminal de combustível da Transpetro, em Guarulhos, de capacetes de segurança, passando em inspeção processos de armazenamento de
álcool e motores bicombustível
que foram levados ao local pela
GM e a Ford.
O norte-americano George
W. Bush era então só gentilezas, atribuindo ao colega brasileiro a autoria do plano que viria a dar na criação do Fórum
de Biocombustíveis e um memorando anunciado ontem.
Tudo começou, diria um, que
conformaria o outro, durante
churrasco oferecido por Luiz
Inácio Lula da Silva ao presidente dos EUA na Granja do
Torto, no final de 2005.
Bush estava disposto. Havia
iniciado o dia às 5h, como faz
todas as manhãs, e se exercitado por quase um hora, segundo
seu Serviço Secreto.
Pois era diferente o clima na
entrevista coletiva. Conhecido
por ser o primeiro ocupante da
Casa Branca a interromper
suas reuniões de trabalho aos
quinze minutos de duração,
Bush participaria do encontro
com a imprensa após o pronunciamento da tarde, que por sua
vez se seguiu a um almoço, que
sucedia uma reunião de trabalho entre os dois líderes e suas
equipes. Parecia impaciente.
Chegou a dar a palavra de
volta aos porta-vozes antes que
o presidente brasileiro respondesse sua parte em uma das
perguntas. Inverteu ainda a ordem das respostas à pergunta
de um jornalista americano.
Era justamente a que tratava
da derrubada da tarifa de importação que os EUA cobram
ao álcool brasileiro, de R$ 0,30
por litro, um dos anseios de Lula. "Vou responder a isso primeiro: Não vai acontecer." O
tom duro e seco surpreenderia
parte das autoridades.
Depois, se irritaria com duas
perguntas sobre o suposto desinteresse dos EUA pela América Latina, uma crítica freqüente que seu governo tem sofrido. Chegaria a citar como
uma forma de investimento indireto o dinheiro enviado para
a região por milhão de imigrantes, "legais ou ilegais".
(SD)
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