São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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No fim da maratona no Brasil, presidente demonstra impaciência

EM SÃO PAULO

O dia começou com os dois presidentes caminhando lado a lado pelo terminal de combustível da Transpetro, em Guarulhos, de capacetes de segurança, passando em inspeção processos de armazenamento de álcool e motores bicombustível que foram levados ao local pela GM e a Ford.
O norte-americano George W. Bush era então só gentilezas, atribuindo ao colega brasileiro a autoria do plano que viria a dar na criação do Fórum de Biocombustíveis e um memorando anunciado ontem. Tudo começou, diria um, que conformaria o outro, durante churrasco oferecido por Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente dos EUA na Granja do Torto, no final de 2005.
Bush estava disposto. Havia iniciado o dia às 5h, como faz todas as manhãs, e se exercitado por quase um hora, segundo seu Serviço Secreto.
Pois era diferente o clima na entrevista coletiva. Conhecido por ser o primeiro ocupante da Casa Branca a interromper suas reuniões de trabalho aos quinze minutos de duração, Bush participaria do encontro com a imprensa após o pronunciamento da tarde, que por sua vez se seguiu a um almoço, que sucedia uma reunião de trabalho entre os dois líderes e suas equipes. Parecia impaciente.
Chegou a dar a palavra de volta aos porta-vozes antes que o presidente brasileiro respondesse sua parte em uma das perguntas. Inverteu ainda a ordem das respostas à pergunta de um jornalista americano.
Era justamente a que tratava da derrubada da tarifa de importação que os EUA cobram ao álcool brasileiro, de R$ 0,30 por litro, um dos anseios de Lula. "Vou responder a isso primeiro: Não vai acontecer." O tom duro e seco surpreenderia parte das autoridades.
Depois, se irritaria com duas perguntas sobre o suposto desinteresse dos EUA pela América Latina, uma crítica freqüente que seu governo tem sofrido. Chegaria a citar como uma forma de investimento indireto o dinheiro enviado para a região por milhão de imigrantes, "legais ou ilegais". (SD)

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