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PFL prevê dura
disputa com
governadores
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O PFL prevê uma dura disputa
com os três governadores da legenda na busca do apoio de seus
parlamentares ao projeto alternativo de reforma da Previdência do
partido, apresentada anteontem
em Brasília.
"Os governadores estão de um
lado, e a cúpula do PFL, de outro",
disse ontem em Recife o deputado federal Inocêncio Oliveira
(PFL-PE), um dos mais influentes
parlamentares do partido no
Congresso.
Segundo ele, para obter o apoio
dos 27 deputados pefelistas das
bancadas de Bahia, Sergipe e Maranhão, Estados administrados
pelo PFL, os caciques do partido
atuarão diretamente com os parlamentares, sem buscar a ajuda
dos governadores, como fez o PT.
"Hoje em dia os deputados federais não dependem mais dos
governadores", disse Inocêncio,
em crítica velada à tática governista, de procurar os chefes dos
Executivos estaduais para obter
os votos no Legislativo em favor
do seu programa de reformas.
"Congresso governista"
Nem Inocêncio, entretanto,
acredita no sucesso total da investida pefelista. Ele prevê dificuldades em convencer parte dos deputados baianos e maranhenses a
aderir ao projeto do partido.
"Nunca vi um Congresso tão
governista como esse", declarou.
O próprio deputado admite que
cerca de 20 parlamentares do PFL
deverão votar a favor do governo
nas reformas. "A oposição tende a
ficar com apenas 50 deputados do
PFL e 50 do PSDB."
O adesismo, disse, ocorre em
razão da "falta de costume" dos
ex-governistas em atuar na oposição e da "lua-de-mel do presidente que ainda persiste." Para Inocêncio, "o presidente vai bem,
mas o governo vai mal".
O deputado acredita que o
apoio à oposição crescerá quando
a opinião pública obtiver mais informações sobre as mudanças
propostas pelo governo e compará-las com o projeto pefelista. "O
tempo é nosso aliado."
A proposta do PFL exclui a cobrança dos inativos e aumenta a
idade-limite para a aposentadoria
compulsória no serviço público,
de 70 para 75 anos. Prevê também
o aumento, de 70% para 90%, dos
valores das pensões em relação
aos vencimentos e a inclusão de
uma previdência complementar
oficial e opcional para elevar o
eventual teto da aposentadoria,
de R$ 2.400 para até R$ 4.800.
Inocêncio disse que o PFL estuda agora a viabilidade de também
apresentar uma proposta para a
reforma tributária. O projeto do
governo, afirmou, "foi feito unicamente para arrecadar, não resolve a vida de ninguém".
O deputado disse que na próxima semana vai apresentar emenda ao projeto determinando a cobrança do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) nos locais de consumo e a
criação de um fundo de compensação para repor as perdas dos Estados produtores.
O fundo, de R$ 2,5 bilhões por
ano, afirmou, seria formado com
a destinação de 2% da arrecadação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do IR (Imposto de Renda).
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