São Paulo, quarta-feira, 10 de maio de 2006

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Cúpula tucana decide endurecer contra presidente

SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, decidiu em longa reunião com a cúpula de seu partido e com deputados do PFL que chegou a hora de ampliar a coordenação de campanha, investir em estrutura e adotar um discurso mais agressivo em relação ao governo Lula.
Alckmin ouviu dos pefelistas que deveria retomar o discurso do "banho de ética" e falar mais do mensalão nas visitas ao Nordeste, aproveitando as polêmicas declarações do ex-petista Silvio Pereira.
A avaliação é que é preciso ampliar a equipe de coordenação, o que deve culminar na inclusão de deputados e prefeitos para facilitar a "regionalização" do discurso. A "nova logística" será acompanhada da inclusão de temas locais nas falas de Alckmin. Para isso, passará a receber informes antes das viagens.
Outro tema foi a locomoção de Alckmin, de forma que não infrinja a legislação eleitoral. Continuará usando vôos de carreira e pegando carona no jatinho do presidente do partido, Tasso Jereissati. Também foi discutida a realização de eventos "de adesão" para arrecadar fundos.
Segundo os participantes, Alckmin disse que "esta é uma eleição casada", cobrando maior engajamento das bancadas na Câmara para abrir palanques no interior de seus Estados.
Depois, se comprometeu a entrar mais na "pauta do dia" e elevar o tom nas críticas ao governo. Escolheu a crise da Bolívia para usar a tática: "Continuamos com uma postura dúbia e submissa do governo Lula, que agora corre o risco de sofrer com a expropriação das terras na Bolívia", disse, espontaneamente, a jornalistas.
Paralelamente ao encontro, Alckmin tentou outra articulação, visando se fortalecer em São Paulo. Temeroso pela queda nas pesquisas no Estado, Alckmin tentará se aproximar de José Serra, pré-candidato ao governo paulista.
À noite, Alckmin visitou o novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, para falar de sua preocupação em não infringir a legislação antes das convenções.

CUT
O TSE condenou ontem a CUT (Central Única dos Trabalhadores) a pagar multa de cerca de R$ 20 mil por uso do jornal da entidade para fazer campanha eleitoral antecipada contra Alckmin.
Os ministros entenderam que a entidade violou a norma da Lei Eleitoral que proíbe propaganda eleitoral antes de 6 de julho. A CUT defendeu-se dizendo que não mencionara as eleições de 2006 nem pedira votos a determinados candidatos. Disse que apenas reproduziu "matérias de domínio público, divulgadas por outros veículos."
No entanto, o relator Marcelo Ribeiro afirmou que o jornal fizera uma "exposição seletiva de fatos negativos", para convencer o eleitor a não votar em Alckmin. Os outros ministros concordaram com ele.


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