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Cúpula tucana decide endurecer contra presidente
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, decidiu em longa reunião com a cúpula de seu partido e com deputados do PFL que chegou a hora de
ampliar a coordenação de campanha, investir em estrutura e adotar um discurso mais agressivo
em relação ao governo Lula.
Alckmin ouviu dos pefelistas
que deveria retomar o discurso do
"banho de ética" e falar mais do
mensalão nas visitas ao Nordeste,
aproveitando as polêmicas declarações do ex-petista Silvio Pereira.
A avaliação é que é preciso ampliar a equipe de coordenação, o
que deve culminar na inclusão de
deputados e prefeitos para facilitar a "regionalização" do discurso. A "nova logística" será acompanhada da inclusão de temas locais nas falas de Alckmin. Para isso, passará a receber informes antes das viagens.
Outro tema foi a locomoção de
Alckmin, de forma que não infrinja a legislação eleitoral. Continuará usando vôos de carreira e
pegando carona no jatinho do
presidente do partido, Tasso Jereissati. Também foi discutida a
realização de eventos "de adesão"
para arrecadar fundos.
Segundo os participantes, Alckmin disse que "esta é uma eleição
casada", cobrando maior engajamento das bancadas na Câmara
para abrir palanques no interior
de seus Estados.
Depois, se comprometeu a entrar mais na "pauta do dia" e elevar o tom nas críticas ao governo.
Escolheu a crise da Bolívia para
usar a tática: "Continuamos com
uma postura dúbia e submissa do
governo Lula, que agora corre o
risco de sofrer com a expropriação das terras na Bolívia", disse,
espontaneamente, a jornalistas.
Paralelamente ao encontro,
Alckmin tentou outra articulação,
visando se fortalecer em São Paulo. Temeroso pela queda nas pesquisas no Estado, Alckmin tentará se aproximar de José Serra, pré-candidato ao governo paulista.
À noite, Alckmin visitou o novo
presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio
Mello, para falar de sua preocupação em não infringir a legislação
antes das convenções.
CUT
O TSE condenou ontem a CUT
(Central Única dos Trabalhadores) a pagar multa de cerca de R$
20 mil por uso do jornal da entidade para fazer campanha eleitoral antecipada contra Alckmin.
Os ministros entenderam que a
entidade violou a norma da Lei
Eleitoral que proíbe propaganda
eleitoral antes de 6 de julho. A
CUT defendeu-se dizendo que
não mencionara as eleições de
2006 nem pedira votos a determinados candidatos. Disse que apenas reproduziu "matérias de domínio público, divulgadas por outros veículos."
No entanto, o relator Marcelo
Ribeiro afirmou que o jornal fizera uma "exposição seletiva de fatos negativos", para convencer o
eleitor a não votar em Alckmin.
Os outros ministros concordaram com ele.
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