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BRASIL COM "Z"
Cerca de 600 pesquisadores, entre brasilianistas e acadêmicos brasileiros, debatem problemas do país no Rio
Encontro discute de Lula a regime militar
DA SUCURSAL DO RIO
O Brazil que estuda o Brasil. De
hoje a sábado, cerca de 600 pesquisadores -dezenas de brasilianistas, como são chamados os estudiosos estrangeiros de temas
nacionais, e centenas de acadêmicos brasileiros- discutem no Rio
mais de 170 abordagens sobre a
história e os problemas do país.
A PUC do Rio abriga os debatedores do 7º Congresso da Associação de Estudos Brasileiros
(Brasa, na sigla em inglês), entidade com sede nos Estados Unidos
que reúne cerca de 500 brasilianistas de universidades norte-americanas e européias. A abertura do evento foi ontem à noite.
Entre as principais mesas de debate, pontificam análises dos 40
anos da instalação do regime militar e do desempenho do governo
Luiz Inácio Lula da Silva. Um dos
debates de hoje, "Um balanço do
governo Lula", terá o brasilianista
Timothy J. Power, da Florida International University e novo presidente da Brasa, e o cientista político da UnB David Fleischer.
Em outra mesa, coordenada por
Francisco Panizza, da London
School of Economics and Political
Science, e por Celi Regina Jardim
Pinto, da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, será debatida a
influência do atual governo brasileiro na América Latina.
Com o tema "Continuidade e
Mudança no Brasil: de Fernando
Henrique Cardoso a Lula da Silva", sob a coordenação de Leslie
Elliott Armijo, do Reed College, e
de Walter Ness, da PUC-Rio, entra em debate a influência tucana
na gestão do petista.
O governo Lula volta a ser apreciado no sábado, em mesa com os
sociólogos Francisco de Oliveira e
Aspásia Camargo, além de Timothy J. Power novamente.
Amanhã, os 40 anos do golpe de
1964 e a oposição à ditadura a partir dos EUA são o tema de debate
coordenado por James Green, da
Brown University, que está finalizando estudos sobre o tema.
Novo perfil
A nova geração de brasilianistas
tem interesse por temas mais amplos do que os classicamente vinculados à política e à economia.
Entre as centenas de estudos a serem apresentados e que concorrem a prêmios estão textos que
comparam o Carnaval brasileiro
ao de Nova Orleans, analisam a
bossa-nova, a televisão, Machado
de Assis, o cinema mudo brasileiro e até a construção do discurso
da malandragem.
Mesas do seminário discutirão a
obra do brasilianista Robert Levine, morto no ano passado, aos 62
anos, e que foi um dos mais importantes da categoria, ao lado de
Thomas Skidmore. Outro homenageado será o ex-senador pelo
Rio de Janeiro Abdias do Nascimento, que completou 90 anos
neste ano e é um dos maiores militantes da causa da igualdade racial no Brasil.
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