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Governo Lula reduz gastos com publicidade pela primeira vez
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pela primeira vez desde o início da gestão petista, o governo
federal reduziu investimentos
em publicidade de um ano para
outro. Em 2007, foram gastos
18,5% a menos do que em 2006
com a propaganda estatal. Em
2008, os valores devem voltar a
subir, estima a Secom (Secretaria de Comunicação Social).
O valor consumido pelos órgãos da administração direta e
indireta vinham crescendo
desde 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
chegou ao Planalto. Naquele
ano, foram investidos R$ 700,5
milhões com este fim. Em
2005, o valor chegou a R$ 1,014
bilhão. Em 2006, atingiu-se o
recorde até hoje, de R$ 1,115 bilhão gastos. Em 2007, o valor
caiu para R$ 908,1 milhões.
Segundo a Secom, a redução
registrada em 2007 resulta da
exigência feita pelo Congresso,
por meio de emenda da oposição ao Orçamento Geral da
União, de redução de 10% dos
valores em publicidade aplicados em 2007, em relação a
2006. Também contribuiu para
a diminuição o fato de algumas
estatais e pastas terem ficado
sem agência de publicidade em
2007, como Correios e Ministério dos Transportes.
No caso dos Correios, a licitação para a escolha da agência de
publicidade foi suspensa pela
Justiça. Só a estatal tem verba
anual estimada em R$ 90 milhões para propaganda.
Os números divulgados pela
Secom não trazem a totalidade
dos gastos do governo com propaganda. As tabelas não incluem os gastos com editais e
balanços nem custos de produção dos comerciais, que são pagos à parte às agências. Além
disso, o levantamento não leva
em conta os patrocínios.
No Orçamento de 2008, a
previsão de gastos com publicidade foi reduzida em 20%, em
razão do fim da CPMF. Mesmo
assim, o secretário-executivo
da Secom, Ottoni Fernandes
Júnior, estima que em 2008 os
gastos devem se aproximar do
patamar recorde de 2006.
Ele atribui a alta que deve ser
registrada em 2008 a um crescimento da participação da publicidade das estatais que competem no mercado. Em 2007, essas empresas responderam
por 72,2% do total das verbas
de mídia, com um investimento
de R$ 656,2 milhões.
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