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Empresa ligada a cooperativa doou ao PT
Germany Construtura e Incorporadora, que pertenceu a diretor da Bancoop, repassou R$ 60 mil para campanha petista em SP
Ministério Público paulista investiga a suspeita de que a Bancoop foi utilizada para alimentar campanhas do PT, incluindo a de Lula em 2002
FERNANDO BARROS DE MELLO
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Germany Construtora e
Incorporadora, empresa que
pertenceu ao ex-presidente da
Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários) Luís
Eduardo Saeger Malheiro,
doou R$ 60 mil para o comitê
financeiro municipal único do
PT na disputa pela Prefeitura
de Praia Grande (litoral sul de
São Paulo) em 2004.
Malheiro era candidato a vice-prefeito pelo PT na chapa
encabeçada pelo também petista Helder Ribeiro de Albuquerque Esteves.
O Ministério Público de São
Paulo investiga a suspeita de
que a Bancoop foi utilizada para alimentar campanhas eleitorais do PT, incluindo a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em 2002.
A doação da Germany à campanha na Praia Grande foi declarada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 2002, também houve uma doação de
R$ 5.000 da empresa ao candidato a deputado estadual pelo
PT Eduardo Guerino Rondino,
conselheiro fiscal da Bancoop
entre 1996 e 1999.
Em depoimento ao Ministério Público, Hélio Malheiro
afirmou que seu irmão Luis
Eduardo Saeger Malheiro,
Marcelo Rinaldo e Alessandro
Bernadino eram ao mesmo
tempo dirigentes da Bancoop e
sócios-proprietários da empresa Germany, "responsável pela
edificação dos empreendimentos da Bancoop".
Os três morreram em um acidente de carro em Pernambuco
em 2004. A Promotoria pretende investigar o acidente.
Doações
O Ministério Público tem
apurado a possibilidade de a
Bancoop ter sido usada para repassar dinheiro para campanhas do PT. A Promotoria obteve uma planilha de uma prestadora de serviços da cooperativa, a Mizu Gerenciamento, com
as anotações "Doação PT" e tomou depoimentos que reforçam as suspeitas sobre um suposto caixa dois estimulado pela Bancoop.
A Germany foi criada em
2001. Entre os sócio-fundadores, Marcelo Rinaldo e Alessandro Robson Bernardino.
Em 2003, Malheiro deixou a
sociedade. No ano seguinte,
ocupou a vaga de vice-prefeito
na chapa petista, que acabou
derrotada. Rinaldo e Bernardino permaneceram na sociedade da empresa.
Presidencial
Outra suspeita de uso da
Bancoop em campanhas do PT
foi levantada no inquérito do
Ministério Público pelo depoimento do comerciante Marcelo
Luis Straface, de São Paulo.
Em 10 de abril passado, ele
declarou ao promotor José
Carlos Blat que uma secretária
de Luís Malheiro lhe indagou,
em 2002, "se conhecia alguma
gráfica que pudesse confeccionar adesivos para a campanha
presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva".
Straface disse que apresentou um empresário "amigo" à
Bancoop e aceitou uma encomenda de 10 mil adesivos para
a campanha de Lula.
O comerciante disse que "o
acordo e a entrega dos adesivos
foram firmados na sede da Bancoop", na rua Líbero Badaró. A
secretária, segundo ele, "pagou
o serviço em dinheiro, que foi
retirado do caixa da Bancoop".
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