São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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Mesa Diretora vota pedido de cassação de Álvaro Lins

Deputado do RJ é acusado de quebra de decoro

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

O pedido de cassação do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Álvaro Lins foi entregue ontem pelo corregedor-geral da Alerj, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha, ao presidente da Casa, Jorge Picciani. O relatório será votado pela Mesa Diretora na manhã de hoje. "Acredito que [o pedido] será aprovado por unanimidade ou por ampla maioria de votos", disse o presidente.
Responsável pelo relatório, Rocha afirmou ter "convicção inabalável" de que Lins quebrou o decoro parlamentar. O deputado é acusado de ser o chefe operacional da quadrilha que usava a estrutura de segurança do Estado para beneficiar a máfia dos caça-níqueis.
Em depoimento ao corregedor na semana passada, Lins afirmou que não havia provas concretas contra ele. A Folha tentou falar com o advogado do deputado ontem, mas ele não ligou de volta.
"Se o que eu li não for quebra de decoro, eu não sei mais o que é quebra de decoro neste país", disse Rocha. Ele negou, no entanto, que a Alerj tenha errado ao decidir pela libertação de Lins um dia após ele ter sido preso por lavagem de dinheiro, no final de maio.
"A Assembléia apreciou única e exclusivamente a prisão em flagrante, não o mérito dos crimes, tampouco do decoro." Por gozar de imunidade, Lins só pode ser preso em flagrante de crime inafiançável.
Para o pedido de cassação, o corregedor levou em consideração o fato de o crime de lavagem de dinheiro ser considerado "permanente". Além disso, pesaram para a decisão as nomeações que Lins fez para seu gabinete na Alerj.
Segundo o corregedor, o inquérito também mostra que Lins, já eleito mas ainda não empossado, teria continuado a interferir em nomeações em diversas delegacias.
O relatório será analisado pela Mesa Diretora às 11h de hoje. Se aprovado, será encaminhado para o Conselho de Ética. O presidente do conselho, Paulo Melo, disse que irá notificar o deputado no mesmo dia em que receber o documento. Lins terá, então, cinco dias para apresentar sua defesa.


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