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Mesa Diretora vota pedido de cassação de Álvaro Lins
Deputado do RJ é acusado de quebra de decoro
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
O pedido de cassação do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de
Janeiro Álvaro Lins foi entregue ontem pelo corregedor-geral da Alerj, deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha, ao presidente da Casa, Jorge Picciani. O
relatório será votado pela Mesa
Diretora na manhã de hoje.
"Acredito que [o pedido] será
aprovado por unanimidade ou
por ampla maioria de votos",
disse o presidente.
Responsável pelo relatório,
Rocha afirmou ter "convicção
inabalável" de que Lins quebrou o decoro parlamentar. O
deputado é acusado de ser o
chefe operacional da quadrilha
que usava a estrutura de segurança do Estado para beneficiar
a máfia dos caça-níqueis.
Em depoimento ao corregedor na semana passada, Lins
afirmou que não havia provas
concretas contra ele. A Folha
tentou falar com o advogado do
deputado ontem, mas ele não
ligou de volta.
"Se o que eu li não for quebra
de decoro, eu não sei mais o
que é quebra de decoro neste
país", disse Rocha. Ele negou,
no entanto, que a Alerj tenha
errado ao decidir pela libertação de Lins um dia após ele ter
sido preso por lavagem de dinheiro, no final de maio.
"A Assembléia apreciou única e exclusivamente a prisão
em flagrante, não o mérito dos
crimes, tampouco do decoro."
Por gozar de imunidade, Lins
só pode ser preso em flagrante
de crime inafiançável.
Para o pedido de cassação, o
corregedor levou em consideração o fato de o crime de lavagem de dinheiro ser considerado "permanente". Além disso,
pesaram para a decisão as nomeações que Lins fez para seu
gabinete na Alerj.
Segundo o corregedor, o inquérito também mostra que
Lins, já eleito mas ainda não
empossado, teria continuado a
interferir em nomeações em
diversas delegacias.
O relatório será analisado
pela Mesa Diretora às 11h de
hoje. Se aprovado, será encaminhado para o Conselho de
Ética. O presidente do conselho, Paulo Melo, disse que irá
notificar o deputado no mesmo
dia em que receber o documento. Lins terá, então, cinco dias
para apresentar sua defesa.
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