São Paulo, Quinta-feira, 10 de Junho de 1999
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NO AR
Crime organizado

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

O SPTV, telejornal que foi o maior sustentáculo da CPI da máfia da propina, bem que tentou reagir. Chegou a esboçar um editorial:
- A decisão de acabar com as investigações atende apenas aos interesses dos vereadores que apóiam o prefeito. Em nenhum momento eles pensaram nos cidadãos.
Depois:
- Os governistas ignoraram o desejo dos eleitores de varrer a corrupção e iniciar uma nova fase na administração da cidade. Eles podem ter ganhado. Quem perdeu foram os cidadãos paulistanos.
Sóbrio, como esperado. Mas a cobertura do mesmo SPTV para o fim da CPI não escondeu o sabor de cinismo que restou do caso. De um repórter, com ironia:
- Aqui jaz a CPI da máfia. Enquanto durou, foi a fundo na corrupção.
O mais representativo de tal sentimento foi o protagonista da CPI, José Eduardo Cardozo, que foi frio, racional:
- O crime organizado hoje tem tentáculos em todas as estruturas administrativas de São Paulo. A corrupção na cidade passa por um processo de metástase.
E não há nada que ele, o SPTV, os cidadãos paulistanos possam fazer.

Na outra CPI abafada por governistas, no caso, federais, Andrade Vieira demorou tanto para começar a depor que se tornou inviável para cobertura nos telejornais.
Como das vezes anteriores, ACM comandou o plenário do Senado em sessão interminável, até calar, virtualmente, o novo incômodo.

As Globos fizeram interessantes análises políticas sobre o novo diretor da Polícia Federal, bem como a Record. A Bandeirantes, cuidadosa, preferiu evitar o tema.
Em nenhuma parte se ouviu palavra sobre a denúncia de que é outro torturador.

E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br


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