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NO AR
Crime organizado
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
O SPTV, telejornal que foi o
maior sustentáculo da CPI da
máfia da propina, bem que
tentou reagir. Chegou a esboçar um editorial:
- A decisão de acabar com
as investigações atende apenas aos interesses dos vereadores que apóiam o prefeito. Em
nenhum momento eles pensaram nos cidadãos.
Depois:
- Os governistas ignoraram
o desejo dos eleitores de varrer
a corrupção e iniciar uma nova fase na administração da
cidade. Eles podem ter ganhado. Quem perdeu foram os cidadãos paulistanos.
Sóbrio, como esperado. Mas
a cobertura do mesmo SPTV
para o fim da CPI não escondeu o sabor de cinismo que
restou do caso. De um repórter, com ironia:
- Aqui jaz a CPI da máfia.
Enquanto durou, foi a fundo
na corrupção.
O mais representativo de tal
sentimento foi o protagonista
da CPI, José Eduardo Cardozo,
que foi frio, racional:
- O crime organizado hoje
tem tentáculos em todas as estruturas administrativas de
São Paulo. A corrupção na cidade passa por um processo de
metástase.
E não há nada que ele, o
SPTV, os cidadãos paulistanos
possam fazer.
Na outra CPI abafada por
governistas, no caso, federais,
Andrade Vieira demorou tanto para começar a depor que se
tornou inviável para cobertura nos telejornais.
Como das vezes anteriores,
ACM comandou o plenário do
Senado em sessão interminável, até calar, virtualmente, o
novo incômodo.
As Globos fizeram interessantes análises políticas sobre
o novo diretor da Polícia Federal, bem como a Record. A
Bandeirantes, cuidadosa, preferiu evitar o tema.
Em nenhuma parte se ouviu
palavra sobre a denúncia de
que é outro torturador.
E-mail: nelsonsa@folhasp.com.br
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