São Paulo, Quinta-feira, 10 de Junho de 1999
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COMUNICAÇÕES
Dados de abril mostram que pior desempenho foi no quesito pedidos de reparo em telefones fixos
Telefônica descumpre metas de qualidade

RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local

A Telefônica não cumpriu 4 das 12 metas definidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para acompanhamento mensal da qualidade do serviço de telefonia em São Paulo.
Os números constam do último relatório apresentado pela própria Telefônica à Anatel e são referentes ao mês de abril, auge das reclamações contra a empresa.
Das 4 metas não cumpridas, 2 dizem respeito diretamente às principais falhas no serviço (solicitações de reparo e reclamações de erros em contas). As outras duas são referentes a telefones públicos.
Segundo a Anatel, o acompanhamento mensal é um dos parâmetros usados para a instauração de sindicâncias que podem resultar em multas, como a de aproximadamente R$ 5 milhões imposta à Telefônica há duas semanas.
A empresa alega que as metas definidas no contrato de concessão (documento que rege a operação da telefonia) são anuais e, portanto, o acompanhamento mensal serve apenas como referência para a melhoria do serviço.
A Telefônica tem o pior desempenho no quesito solicitações de reparo em telefones fixos (reclamações por defeitos ou não fornecimento do serviço).
A meta proposta pela Anatel é 2,8 reclamações por 100 telefones instalados. Em abril, o número era de 8,16% de linhas com reclamações.
Quando a empresa foi privatizada, o índice era de 3,16%. Desde janeiro, o desempenho só piora.
A Telefônica também não alcançou a meta no quesito reclamações de erro em conta. A meta é de 7 erros em cada 1.000 contas. Em abril, o índice era de 15,51 erros.
As outras duas metas não alcançadas dizem respeito aos telefones públicos. Até abril, 171.060 orelhões deveriam estar em funcionamento, mas haviam 169.863. O índice de solicitações de reparos deveria ser de 24,1%, mas foi de 25,31%.
Para o deputado estadual Jilmar Tatto (PT), relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Telefônica, isso demonstra a falta de respeito da empresa com o consumidor de baixa renda.
O vice-presidente de Operações da Telefônica, Ivan Campagnolli, explicou que uma dúvida em relação à validade dos cartões de outros Estados provocou a demora na compra dos orelhões.
Segundo ele, as reclamações por defeitos são fruto ainda da ampliação da rede, e os erros em contas partem, muitas vezes, da "falta de conhecimento" do consumidor.


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