São Paulo, Quinta-feira, 10 de Junho de 1999
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MISTÉRIO EM ALAGOAS
Delegados vão pedir quebra de sigilo de Badan

MÁRIO MAGALHÃES
enviado especial a Maceió

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Maceió


A Justiça de Alagoas receberá hoje pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal do legista Fortunato Badan Palhares, coordenador do primeiro laudo sobre as mortes do empresário Paulo César Farias, o PC, e sua namorada Suzana Marcolino, ocorridas em 1996 em Alagoas.
O pedido será feito pelos delegados Antônio Carlos Lessa e Alcides Andrade, que conduzem a nova investigação sobre o caso PC. A informação foi dada ontem pelos próprios delegados.
Badan concluiu que Suzana matou PC e depois se suicidou. Na opinião dos delegados, o laudo do professor da Unicamp é "suspeito" e tem várias "discrepâncias".
No dia 24 de março, a Folha publicou fotografias que levaram à reabertura da investigação.
As fotos provaram que Suzana Marcolino era mais baixa do que o empresário. Esse fato torna fisicamente impossível o suicídio descrito no primeiro laudo, feito por Badan, segundo o qual a namorada de PC era quatro centímetros mais alta que ele.

Altura
Até hoje o legista Badan Palhares sustenta que Paulo César Farias media 1,63 m, e Suzana, 1,67 m.
Também será pedida a quebra de sigilo bancário e fiscal dos quatro seguranças de PC suspeitos de terem cometido duplo homicídio no dia 23 de junho de 1996.
Os seguranças José Geraldo da Silva e Josimar Faustino dos Santos foram indiciados ontem como suspeitos de co-autoria das duas mortes.
Nos depoimentos de ontem, ambos se recusaram a responder a todas as perguntas feitas pelos delegados -74 para Silva e 85 para Faustino dos Santos.
Os dois seguranças se apoiaram no direito constitucional de não responder a perguntas que possam incriminá-los.
Para hoje estão previstos os depoimentos de Reinaldo de Lima Filho e Adeildo Costa dos Santos. Como os outros dois seguranças que depuseram ontem, Lima Filho e Santos devem calar.
"Os seguranças já haviam dado dois depoimentos, dizendo o que tinham para dizer", disse o advogado José Fragoso Cavalcanti.
No segundo depoimento, em 1997, as perguntas se restringiram a local de trabalho, horário e outros detalhes, sem indagações diretas sobre as mortes do empresário e sua namorada.

Prisões
O juiz Alberto Jorge Correia, que decretou na semana passada a prisão temporária -depois revogada por liminar- dos quatro seguranças, não tem mais a proteção dos dois soldados cedidos pela Polícia Militar.
A decisão foi do governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), que afirma precisar dos policiais para fazer patrulhamento nas ruas da cidade.


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