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MISTÉRIO EM ALAGOAS
Delegados vão
pedir quebra
de sigilo
de Badan
MÁRIO MAGALHÃES
enviado especial a Maceió
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Maceió
A Justiça de
Alagoas receberá hoje pedido
de quebra de sigilo bancário e
fiscal do legista
Fortunato Badan Palhares,
coordenador do primeiro laudo
sobre as mortes do empresário
Paulo César Farias, o PC, e sua namorada Suzana Marcolino, ocorridas em 1996 em Alagoas.
O pedido será feito pelos delegados Antônio Carlos Lessa e Alcides
Andrade, que conduzem a nova investigação sobre o caso PC. A informação foi dada ontem pelos
próprios delegados.
Badan concluiu que Suzana matou PC e depois se suicidou. Na
opinião dos delegados, o laudo do
professor da Unicamp é "suspeito"
e tem várias "discrepâncias".
No dia 24 de março, a Folha publicou fotografias que levaram à
reabertura da investigação.
As fotos provaram que Suzana
Marcolino era mais baixa do que o
empresário. Esse fato torna fisicamente impossível o suicídio descrito no primeiro laudo, feito por
Badan, segundo o qual a namorada
de PC era quatro centímetros mais
alta que ele.
Altura
Até hoje o legista Badan Palhares
sustenta que Paulo César Farias
media 1,63 m, e Suzana, 1,67 m.
Também será pedida a quebra de
sigilo bancário e fiscal dos quatro
seguranças de PC suspeitos de terem cometido duplo homicídio no
dia 23 de junho de 1996.
Os seguranças José Geraldo da
Silva e Josimar Faustino dos Santos foram indiciados ontem como
suspeitos de co-autoria das duas
mortes.
Nos depoimentos de ontem, ambos se recusaram a responder a todas as perguntas feitas pelos delegados -74 para Silva e 85 para
Faustino dos Santos.
Os dois seguranças se apoiaram
no direito constitucional de não
responder a perguntas que possam
incriminá-los.
Para hoje estão previstos os depoimentos de Reinaldo de Lima Filho e Adeildo Costa dos Santos.
Como os outros dois seguranças
que depuseram ontem, Lima Filho
e Santos devem calar.
"Os seguranças já haviam dado
dois depoimentos, dizendo o que
tinham para dizer", disse o advogado José Fragoso Cavalcanti.
No segundo depoimento, em
1997, as perguntas se restringiram
a local de trabalho, horário e outros detalhes, sem indagações diretas sobre as mortes do empresário
e sua namorada.
Prisões
O juiz Alberto Jorge Correia, que
decretou na semana passada a prisão temporária -depois revogada
por liminar- dos quatro seguranças, não tem mais a proteção dos
dois soldados cedidos pela Polícia
Militar.
A decisão foi do governador de
Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), que
afirma precisar dos policiais para
fazer patrulhamento nas ruas da
cidade.
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