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Costura de apoios da "união mineira" definiu eleição em 85
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Tancredo Neves iniciou na
"cozinha" mineira a articulação
que culminou com a sua eleição
pelo Congresso para a Presidência da República, em 1985.
A costura inicial o fez governador de Minas em 1982, com o
país ainda sob o regime militar.
Três anos antes, Tancredo
criou o PP (Partido Popular) e
juntou no novo partido gente
do PMDB e ex-arenistas (que
apoiaram os militares), entre
eles uma das principais lideranças políticas da época, o ex-governador Magalhães Pinto.
O PP não vingou por causa de
manobras eleitorais do governo militar, e muitos políticos,
como Magalhães, voltaram para o PDS, que polarizou com o
PMDB no quadro de bipartidarismo até 1979. Mas muitos outros ex-arenistas se mantiveram ligados a Tancredo.
De volta ao PMDB e eleito
governador, após entendimento com o então senador Itamar
Franco, uma das preocupações
de Tancredo foi abrigar sob o
guarda-chuva palaciano todas
as forças que o apoiaram.
Ao anunciar o secretariado,
deu lugar para os muitos espectros do PMDB, para os ex-arenistas do PP e os ruralistas do
Triângulo Mineiro. Compôs de
forma que até um suplente de
deputado eleito com o apoio do
PC do B chegasse à Câmara.
Com a derrota da emenda
das diretas-já para presidente,
em 1984, surgiu no PDS a Frente Liberal, que pregava a volta
de um civil à Presidência.
O então vice-presidente da
República, Aureliano Chaves
(PDS-MG), foi um dos candidatos que se apresentaram e teve
o apoio de Tancredo. Derrotada
essa articulação no PDS, Aureliano retribuiu apoiando Tancredo para presidente.
Esse apoio da chamada Frente Liberal do PDS, da qual Aureliano era um dos líderes, levou à chamada "união mineira". Tancredo ainda achou lugar para esse grupo no seu governo e isolou o que restava do
PDS-MG.
O deputado Magalhães Pinto, que no ano de 1984 chegou a
ser acusado de tramar com militares um novo golpe de Estado, foi ao Colégio Eleitoral no
ano seguinte e votou em Tancredo.
(PP)
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