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SENADO
Relatório deve sair até amanhã
Comissão recebe hoje análise de caso Banpará
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os senadores da comissão de
inquérito que investiga se o presidente licenciado do Senado, Jader
Barbalho (PMDB-PA), quebrou
ou não o decoro parlamentar se
reúnem hoje com técnicos do
Banco Central em Brasília.
Os senadores esperam receber
dos técnicos dados para comprovar que, ao contrário do que disse
ao depor na comissão, Jader foi
beneficiado pelos desvios de recursos ocorridos no Banpará
(Banco do Estado do Pará) quando ele era governador.
Os técnicos vão apresentar à comissão o resultado da análise que
fizeram sobre os documentos que
resultaram dos levantamentos do
BC sobre os desvios.
O objetivo desse trabalho técnico é respaldar o relatório da comissão de inquérito, que pretende entregar ao Conselho de Ética
até amanhã o relatório recomendando a abertura de processo
contra Jader por quebra de decoro. O processo pode levar à cassação do seu mandato.
A principal acusação contra o
peemedebista será a de que ele
mentiu no depoimento dado à comissão há 12 dias, quando negou
ter recebido dinheiro do Banpará.
Duas outras acusações contra
Jader estarão no relatório. Primeiro, as ameaças veladas, segundo o
entendimento da comissão, do
peemedebista ao dizer que, se for
processado por quebra de decoro
com base em um fato anterior ao
mandato, será aberto um precedente, colocando outros os senadores na mira do conselho.
No depoimento, ele disse, por
exemplo, que José Sarney
(PMDB-PA) poderia ser investigado por atos praticados em sua
gestão como presidente da República. Citou, ainda, Jorge Bornhausen (PFL-SC), como governador de Santa Catarina, e Romeu Tuma (PFL-SP), que coordena as investigações, como secretário da Receita Federal do governo
Fernando Collor de Mello.
Jader provocou irritação no PFL
ao mencionar Bornhausen, presidente do partido. A bancada pefelista no Senado, que ainda não havia tratado a questão como partidária, decidiu apressar a votação
do relatório e impedir que Jader
retorne à presidência do Senado.
Uma estratégia é tentar colocar
o relatório em votação no conselho ainda na gestão de Geraldo
Althoff (PFL-SC), que na próxima
sexta terá de entregar o cargo a Juvêncio Fonseca (PMDB-MS).
A outra decisão dos pefelistas
foi apoiar um projeto de resolução que determina o afastamento
de qualquer integrante da Mesa
Diretora que estiver sujeito a processo por quebra de decoro. De
tramitação rápida, o projeto pode
ser aprovado a tempo de impedir
que o senador paraense reassuma
o cargo, após o fim de sua licença
(17 de setembro).
Além da suposta mentira e das
ameaças veladas, outro item que
irá constar do relatório é o fato de
Jader ter tentado obstruir as investigações da comissão, ao engavetar um requerimento que requisitava do BC todos os relatórios sobre os desvios do Banpará.
Ele levou três meses para enviar
ao BC o requerimento do senador
José Eduardo Dutra (PT-SE).
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