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Família diz que objetivo é acabar com impunidade
DA SUCURSAL DO RIO
O que faz uma família cutucar feridas como as dos Almeida e dos Teles mais de 30 anos depois dos seis meses em que
os adultos contam ter sido torturados e seus filhos estiveram
longe deles e de outros parentes? "A história deve ser contada como aconteceu, para que
não se repita", diz a professora
Maria Amélia de Almeida Teles. Como o marido e a irmã, ela
não milita mais no PC do B.
O aposentado César Teles
responde à contestação do coronel Ustra sobre a demora para acionar a Justiça: "Denunciamos o que houve assim que
saímos do pau-de-arara" -os
autos de um processo da década de 1970 confirmam.
A historiadora Janaína Teles
diz que a opção pelo processo
contra o comandante do DOI-Codi -e não o Exército e a
União- ocorreu porque "as
pessoas que morreram na ditadura tinham nomes, sentimentos e história". "Os que mataram, também", afirma.
Para a enfermeira Criméia de
Almeida, "o que caracterizou a
anistia foi a impunidade". Seu
filho João Carlos, que ela esperava quando ficou presa no, hoje tem 33 anos e é empresário.
César revela que quem idealizou a ação foram seus filhos.
"No início, fiquei com medo da
reação do Ustra", afirma o professor de filosofia Édson Teles.
"Eles [torturadores e militares
participantes do aparato de segurança da ditadura] estão ativos, reunidos em grupos", disse
ele.
(MM)
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