São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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Família diz que objetivo é acabar com impunidade

DA SUCURSAL DO RIO

O que faz uma família cutucar feridas como as dos Almeida e dos Teles mais de 30 anos depois dos seis meses em que os adultos contam ter sido torturados e seus filhos estiveram longe deles e de outros parentes? "A história deve ser contada como aconteceu, para que não se repita", diz a professora Maria Amélia de Almeida Teles. Como o marido e a irmã, ela não milita mais no PC do B.
O aposentado César Teles responde à contestação do coronel Ustra sobre a demora para acionar a Justiça: "Denunciamos o que houve assim que saímos do pau-de-arara" -os autos de um processo da década de 1970 confirmam.
A historiadora Janaína Teles diz que a opção pelo processo contra o comandante do DOI-Codi -e não o Exército e a União- ocorreu porque "as pessoas que morreram na ditadura tinham nomes, sentimentos e história". "Os que mataram, também", afirma.
Para a enfermeira Criméia de Almeida, "o que caracterizou a anistia foi a impunidade". Seu filho João Carlos, que ela esperava quando ficou presa no, hoje tem 33 anos e é empresário.
César revela que quem idealizou a ação foram seus filhos. "No início, fiquei com medo da reação do Ustra", afirma o professor de filosofia Édson Teles. "Eles [torturadores e militares participantes do aparato de segurança da ditadura] estão ativos, reunidos em grupos", disse ele. (MM)

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