São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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PESQUISA DATAFOLHA

Mas para a maioria dos eleitores, aparição do presidente e do governador não influi na decisão sobre candidato à prefeitura

Apoio de Alckmin dá mais votos que o de Lula entre paulistanos

DA REPORTAGEM LOCAL

No campo dos apoios, o cenário eleitoral em São Paulo inverte a lógica federativa: o governador é mais importante que o presidente. Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderia levar 11% dos eleitores a apoiar seu candidato, Geraldo Alckmin (PSDB) tem uma influência positiva sobre 20% dos paulistanos.
A disputa entre os "padrinhos" dominou a reta final do primeiro turno. Em seus discursos, Marta sempre repetia que a parceria com o governo federal, do PT, seria muito benéfica para a cidade. Além disso, com a economia em recuperação, a avaliação do governo federal tende a melhorar.
Serra, por sua vez, tentava explorar ao máximo a imagem positiva do governo Alckmin.
Em alguns momentos, houve exageros, ao menos na avaliação da Justiça. Anteontem, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu multar Lula em R$ 50 mil por ter pedido votos para Marta durante a inauguração de uma obra pública, a extensão da Radial Leste. A Presidência recorreu.
Apesar da disputa pela exposição máxima de seus apoios políticos, tanto o governador de São Paulo quanto o presidente da República também tiram votos dos dois candidatos.
Quando Lula declara apoio, 20% dos eleitores falam que esse gesto os levaria a não votar no candidato. No caso de Alckmin, são 14% que pensam dessa mesma maneira.
Quando a medição sobre influência do apoio dos dois foi realizada antes do primeiro turno, 25% diziam que o apoio do governador era benéfico e 16% viam assim a aparição do presidente.
Como antes a disputa direta entre Marta e Serra era apenas hipotética e agora é real, não é recomendável comparar esses dados, de acordo com o diretor do Datafolha, Mauro Paulino.

Indiferença da maioria
Apesar dos efeitos positivos e negativos dos apoios de Lula e de Alckmin, o fato é que para a maioria dos eleitores a sua participação é indiferente.
No caso do presidente da República, 68% afirmam que tanto faz Lula entrar ou não na campanha. Com Alckmin, 64% também vêem como indiferente a sua participação na disputa.
"Isso mostra que os apoios são quase coadjuvantes nesta eleição. O eleitor está avaliando mesmo são os candidatos", afirma o diretor do Datafolha.


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