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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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RUMO A 2004

Petista não descarta possibilidade de deixar eventual segundo mandato na prefeitura para disputar o Estado

De olho em 2006, Marta se lança à reeleição

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em ato realizado na sede do PT municipal, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, lançou sua pré-candidatura à reeleição e não descartou a possibilidade de disputar o governo estadual em 2006.
"Eu nunca fecharia a porta para nada, mas vocês já estão colocando a carroça na frente dos bois", afirmou a prefeita ao ser questionada, no início da noite de ontem, sobre a eventualidade de deixar a prefeitura paulistana em 2006 para concorrer ao cargo de governadora de São Paulo.
Marta já deixara escapar que poderá concorrer à sucessão de Geraldo Alckmin (PSDB) quando, momentos antes, discorria sobre a composição de sua chapa.
"Acho que há tanta vontade de fazer, de colocar essa cidade no rumo certo, que quero que (a prefeitura) continue com o PT ou com outra pessoa do PT. Mas que fique no PT", afirmou a prefeita.
O PMDB do ex-governador Orestes Quércia pleiteia a vice, com o respaldo de José Dirceu. O ministro da Casa Civil também é citado no PT como um dos possíveis candidatos ao Palácio dos Bandeirantes em 2006.
O grupo ligado a Marta prefere que a candidatura a vice fique com alguém do PT, a fim de que a prefeita, caso reeleita, não tenha dificuldades para deixar o cargo em razão da disputa estadual.
Marta fez questão de ressaltar que "gosta de ser prefeita" e que, antes de discutir 2006, tem de ser indicada pelo partido e se eleger no ano que vem. Acabou se contradizendo: "(Tenho de) fazer os anos todos de governo".

Churrasco
No evento no PT -um churrasco de confraternização entre os delegados zonais que homologarão a candidatura do partido no mês de abril-, Marta subiu em uma cadeira, colocada na calçada em frente à sede do partido, e fez um rápido discurso para cerca de 50 militantes da legenda.
A petista fez críticas indiretas ao PSDB, ao dizer que o processo de escolha do candidato do PT para as eleições de 2004 é "democrático" e "muito diferente do que se vê no partido de oposição".
A prefeita referia-se à comissão formada pelo PSDB para comandar o processo de escolha do candidato tucano e a condução da própria campanha. Participam do grupo, entre outros, o ex-senador José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na avaliação de Marta, o PT passou por "todas as etapas" de escolha de candidato, já que o prazo para inscrição em prévias se esgotou e nenhum outro nome foi considerado apto para a disputa.
O petista Plínio de Arruda Sampaio Jr., que tentou registrar sua pré-candidatura, disse em outubro que possuía as condições regimentais para participar das prévias, mas, segundo ele, "faltou democracia interna ao partido".
Ao ser questionada sobre qual será o seu principal adversário na eleição do ano que vem, Marta desconversou: "Não sei ainda. Tudo isso vai depender da conjuntura política".

Apoio presidencial
Em abril deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou publicamente a candidatura de Marta Suplicy à reeleição, em um evento no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Naquele momento a gestão da petista sofria críticas, presa a uma agenda negativa com a criação de novas taxas municipais e uma greve de ônibus que atingia a cidade. "Este ano, eu ganhei tudo. Só quero ganhar outra vez com Marta Suplicy as eleições do ano que vem", declarou Lula.


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