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RUMO A 2004
Petista não descarta possibilidade de deixar eventual segundo mandato na prefeitura para disputar o Estado
De olho em 2006, Marta se lança à reeleição
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em ato realizado na sede do PT
municipal, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, lançou sua pré-candidatura à reeleição e não descartou a possibilidade de disputar
o governo estadual em 2006.
"Eu nunca fecharia a porta para
nada, mas vocês já estão colocando a carroça na frente dos bois",
afirmou a prefeita ao ser questionada, no início da noite de ontem,
sobre a eventualidade de deixar a
prefeitura paulistana em 2006 para concorrer ao cargo de governadora de São Paulo.
Marta já deixara escapar que
poderá concorrer à sucessão de
Geraldo Alckmin (PSDB) quando, momentos antes, discorria sobre a composição de sua chapa.
"Acho que há tanta vontade de
fazer, de colocar essa cidade no
rumo certo, que quero que (a prefeitura) continue com o PT ou
com outra pessoa do PT. Mas que
fique no PT", afirmou a prefeita.
O PMDB do ex-governador
Orestes Quércia pleiteia a vice,
com o respaldo de José Dirceu. O
ministro da Casa Civil também é
citado no PT como um dos possíveis candidatos ao Palácio dos
Bandeirantes em 2006.
O grupo ligado a Marta prefere
que a candidatura a vice fique
com alguém do PT, a fim de que a
prefeita, caso reeleita, não tenha
dificuldades para deixar o cargo
em razão da disputa estadual.
Marta fez questão de ressaltar
que "gosta de ser prefeita" e que,
antes de discutir 2006, tem de ser
indicada pelo partido e se eleger
no ano que vem. Acabou se contradizendo: "(Tenho de) fazer os
anos todos de governo".
Churrasco
No evento no PT -um churrasco de confraternização entre os
delegados zonais que homologarão a candidatura do partido no
mês de abril-, Marta subiu em
uma cadeira, colocada na calçada
em frente à sede do partido, e fez
um rápido discurso para cerca de
50 militantes da legenda.
A petista fez críticas indiretas ao
PSDB, ao dizer que o processo de
escolha do candidato do PT para
as eleições de 2004 é "democrático" e "muito diferente do que se
vê no partido de oposição".
A prefeita referia-se à comissão
formada pelo PSDB para comandar o processo de escolha do candidato tucano e a condução da
própria campanha. Participam do
grupo, entre outros, o ex-senador
José Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na avaliação de Marta, o PT
passou por "todas as etapas" de
escolha de candidato, já que o
prazo para inscrição em prévias se
esgotou e nenhum outro nome foi
considerado apto para a disputa.
O petista Plínio de Arruda Sampaio Jr., que tentou registrar sua
pré-candidatura, disse em outubro que possuía as condições regimentais para participar das prévias, mas, segundo ele, "faltou democracia interna ao partido".
Ao ser questionada sobre qual
será o seu principal adversário na
eleição do ano que vem, Marta
desconversou: "Não sei ainda.
Tudo isso vai depender da conjuntura política".
Apoio presidencial
Em abril deste ano, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva lançou
publicamente a candidatura de
Marta Suplicy à reeleição, em um
evento no Memorial da América
Latina, em São Paulo.
Naquele momento a gestão da
petista sofria críticas, presa a uma
agenda negativa com a criação de
novas taxas municipais e uma
greve de ônibus que atingia a cidade. "Este ano, eu ganhei tudo.
Só quero ganhar outra vez com
Marta Suplicy as eleições do ano
que vem", declarou Lula.
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