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ESQUERDA EM PEDAÇOS
Babá diz que, sem acerto, vai cada um para o seu lado
Criação de partido já divide radicais
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Mal começaram as discussões
para a formação de um novo partido de esquerda e os radicais do
PT e o PSTU já divergem e podem
nem formar a aliança.
No sábado, os deputados federais João Batista de Araújo, o Babá
(PT), Luciana Genro (RS) e João
Fontes (SE), que já se consideram
expulsos do PT, debateram a nova
legenda no Fórum Social Brasileiro, no estacionamento do Mineirão, em Belo Horizonte.
A discussão ocorreu na tenda
do Movimento Somos Todos Radicais. Lá estava apenas uma ala
dissidente do PSTU.
A 15 passos dali, o PSTU montou a sua própria tenda, a Socialista, e, duas horas depois do debate
dos petistas, fez uma outra discussão, com a presença do movimento Reage PT, do Rio.
Entre as vertentes da esquerda
há pelo menos duas divergências,
que, de acordo com o deputado
Babá e o presidente do PSTU, José
Maria de Almeida, não são programáticas, mas de tempo e de espaço interno.
Divergências
Os dissidentes petistas acham
que o novo partido deve possuir
tendências internas, como no PT,
mas o PSTU discorda.
O PSTU, formado em 1994 a
partir de uma dissidência do PT,
quer atravessar todo o próximo
ano discutindo a nova legenda.
Os petistas defendem que o lançamento do partido ocorra até o
próximo mês de junho. Para isso,
contam com apoio da senadora
alagoana Heloísa Helena, também ameaçada de expulsão do
petismo. Eles já têm em mente até
um nome para a nova legenda:
Partido dos Trabalhadores Socialistas, o PTS.
"Se não houver concordância,
cada um vai para o seu lado. Junho não é um prazo tão curto
nem tão longo", avisa de antemão
o deputado Babá.
"É preciso evitar construir um
partido sem consistência, que daqui cinco ou seis anos vire um novo PT ou venha a se dividir. O
tempo deve ser o necessário para
fazermos o debate", diz José Maria de Almeida.
"Tem que ser um partido radicalmente democrático, que permita amplas tendências. Tem que
haver discussões na base", disse
Luciana Genro ao encerrar sua fala na reunião dos radicais.
"As tendências facilitam o processo eleitoral interno, mas dificultam o rumo político", rebate o
presidente do PSTU.
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