São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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Novos dirigentes vão administrar R$ 70 bi

DA REDAÇÃO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nas mãos de ex-sindicalistas apoiados ou tutelados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva também estão as presidências dos dois maiores fundos de pensão do Brasil: A Previ (Banco do Brasil) e a Petros (Petrobras). Juntas, as duas entidades detêm um patrimônio de mais de R$ 70 bilhões.
Sérgio Ricardo Rosa, ex-diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, é presidente da diretoria executiva da Previ. O atual diretor de Administração da entidade, Francisco Ferreira, foi diretor do Sindicato dos Bancários de Alagoas.
A Previ é o maior fundo de pensão da América Latina. Seus ativos somam R$ 51,8 bilhões, segundo dados da Secretaria de Previdência Complementar.
Na Petros, o presidente, Wagner Pinheiro de Oliveira, e dois diretores -Maurício Rubem e Sérgio Queirós Lyra- são oriundos do mundo sindical.
Em entrevista à Folha em setembro do ano passado, o sociólogo Francisco de Oliveira (um dos maiores críticos do governo Lula e que deixou o PT no final de 2003) classificou os novos dirigentes dos fundos de pensão como "a elite do sindicalismo brasileiro". Para Oliveira, eles são uma "nova classe social". "Não são burgueses propriamente, porque eles não têm a propriedade nem são gestores das empresas privadas. Eles estão no ponto crucial, onde o capital privado busca recursos para acumular."
O sociólogo diz que o surgimento dessa "nova classe" explica as mudanças ideológicas do PT. "A fração sindicalista [que administra os fundos] ganhou predominância dentro do PT e fundiu-se com a fração de origem política. Eles influenciam o partido."


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