São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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OUTRO LADO

Embaixada diz que relatórios são da "rotina"

DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília informou, na última sexta-feira, que os relatórios produzidos pelo consulado do Rio de Janeiro a respeito do programa nuclear brasileiro são parte do "trabalho rotineiro de diplomatas no exterior".
Segundo a assessoria, a embaixada não pretende fazer comentários sobre "nenhum documento específico" liberado pelo Departamento de Estado.
Para a embaixada, não deve ser vista como surpresa a existências de tais relatórios. "Diplomatas tentam fazer análises de acontecimentos e situações nas áreas em que atuam", informou a assessoria.
De acordo com a embaixada, a supressão de frases e parágrafos inteiros dos documentos está prevista na própria lei americana que autoriza a liberação dos documentos. Há muitos motivos que sustentam a censura, mas o principal deles relaciona-se à segurança de pessoas e empresas.
A assessoria da Eletronuclear, estatal que controla as usinas nucleares no Brasil, enviou os seguintes comentários sobre os relatórios: "Realmente em 1994 estavam em discussão as etapas para terminar a usina Angra 2, conforme diz o relatório, e a usina foi concluída e entrou em operação em julho do ano 2000. A usina hoje, juntamente com Angra 1, é capaz de abastecer 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro e durante o racionamento de energia de 2001 a produção da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto supriu a queda nos reservatórios das usinas hidrelétricas e impediu que a região Sudeste vivesse o temível apagão. Sem Angra 2 em operação, certamente, teríamos o apagão. Quanto à usina Angra 3, os estudos sobre o projeto não pararam e a Eletronuclear desconhece projeções de demanda de energia elétrica onde a produção desta usina só será necessária depois de 2015, conforme diz o relatório".
Eletrobrás e Furnas, procuradas, não se manifestaram sobre a hipótese de que havia, na década de 90, "fontes" dos EUA nas estatais. (RV)


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