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QUESTÃO INDÍGENA
Caminhões já chegam a Boa Vista para abastecer os postos e mercados com combustível e alimentos
Ação contra demarcação é desmobilizada
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
O Movimento Pró-Roraima,
que reúne os manifestantes contrários à criação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol em área
contínua, anunciou sua desmobilização e disse que não voltará a
bloquear as rodovias do Estado.
Ontem, caminhões puderam
chegar a Boa Vista para abastecer
os postos e mercados com combustível e alimentos -que, após
quatro dias de bloqueios, já estavam quase esgotados.
Em nota divulgada na noite de
anteontem, depois de o Ministério da Justiça anunciar que manterá a homologação contínua da
reserva, o movimento disse que,
apesar de derrotado, chegou ao
seu "momento de trégua".
Os protestos haviam começado
na terça-feira. Fazendeiros e índios contrários à homologação da
reserva bloquearam as rodovias
que dão acesso à capital e invadiram os prédios do Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e da Funai (Fundação Nacional do Índio).
No fim da tarde de ontem, a Polícia Federal conseguiu negociar a
saída de um grupo de cerca de
cem índios da sede regional da
Funai. Eles aceitaram sair do prédio, mas devem continuar acampados na calçada. A Justiça Federal concedeu uma liminar ordenando a desocupação.
Eles defendiam que a reserva indígena não fosse criada de forma
contínua (o que incluiria em seus
limites plantações, vilas e cidades), para que assim a população
não-índia não precisasse ser retirada. Os índios alegavam que não
queriam ficar mais isolados.
Parte dos índios -principalmente os ligados ao CIR (Conselho Indígena de Roraima), apoiado pela Igreja Católica- aprova a
proposta de homologação e foi
contrária aos protestos.
As rodovias começaram a ser
desbloqueadas no início da tarde
de anteontem, após acordo entre
os manifestantes e o governo. Os
manifestantes aceitaram liberar
as vias para esperar o resultado da
reunião, no mesmo dia, entre o
governador de Roraima, Flamarion Portela, o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Portela defende a mesma posição dos manifestantes.O ministro
não cedeu aos apelos do governador, mas disse que irá criar um comitê para discutir a retirada dos
não-índios da área. O Movimento
Pró-Roraima anunciou que irá
entrar no STF (Supremo Tribunal
Federal) com uma ação pedindo a
nulidade da homologação.
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